Funcionário de supermercado é preso por desviar R$ 10 milhões em Dois Vizinhos

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga um esquema de desvio de aproximadamente R$ 10 milhões em um supermercado de Dois Vizinhos, no sudoeste do estado. Um funcionário de 20 anos, que atuava no setor administrativo, foi preso em flagrante na última sexta-feira (5) e teve a prisão convertida em preventiva.

Segundo a investigação, o jovem utilizava boletos falsos e realizava transferências via PIX para contas de terceiros, que repassavam os valores a ele. Esses terceiros, identificados como “laranjas”, mantinham vínculos de amizade ou parentesco com o suspeito. O esquema teria começado ainda no início do ano e foi denunciado em maio, após o supermercado identificar saídas bancárias irregulares.

“Esse funcionário era de extrema confiança do supermercado. Ele teve acesso às movimentações bancárias e acabou desviando valores de forma sistemática”, afirmou o delegado Rafael Moraes Tavares, responsável pelo caso.

O próprio dono do supermercado, que preferiu não se identificar, confirmou que o funcionário atuava na empresa havia três anos. “A gente não desconfiava dele desviar os valores. Quando percebemos a fraude, fizemos a denúncia imediatamente”, disse.

Com a denúncia, o investigado deixou de usar o PIX e passou a inserir boletos forjados entre os documentos de pagamento da empresa, que eram pagos pelo proprietário. A quebra de sigilo bancário revelou movimentações milionárias, parte delas destinadas a plataformas de apostas e jogos online.

O delegado informou ainda que o jovem confessou os desvios e alegou vício em jogos de azar. “O que precisamos identificar é se o vício era real ou se as apostas eram apenas uma forma de ocultar o dinheiro”, explicou.

No sábado (6), policiais civis cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, mas nenhum bem foi localizado em seu nome. O celular apreendido será periciado. A PCPR apura se houve aquisição de patrimônio registrado em nome de familiares ou terceiros.

Três pessoas já foram identificadas como envolvidas nas fraudes. O inquérito segue em andamento para localizar os valores desviados e responsabilizar todos os envolvidos. A pena pelos crimes investigados — estelionato, furto mediante fraude, abuso de confiança, lavagem de capitais e associação criminosa — pode ultrapassar 10 anos de prisão.

A população pode colaborar com informações de forma anônima pelos canais: 197 (PCPR), 181 (Disque Denúncia) ou WhatsApp (46) 3536-1202.