Textos que vêm das ruas mourãoenses

“Escrever crônicas é como conversar com o leitor na varanda de casa: sem pressa, sem grandiosidades, mas com a intimidade que só a prosa do dia a dia permite”.
Jackson da Mata

Dia 28 de novembro foi lançado o livro “Cotidiano ou Extraordinário? O seu olhar define”, pela Associação Mourãoense de Escritores. É uma rica e diversificada antologia de crônicas. Além dos autores e familiares, um grande público prestigiou aquela noite de luzes literárias que se somaram harmoniosamente às luzes coloridas natalinas que enfeitam as Praças São José e Getúlio Vargas.

É a segunda coletânea, a primeira, no ano anterior, reuniu poesias. É possível seguramente antever que outras prolíficas obras vão compor também o que já pode ser qualificada como tradição.

“Que estas crônicas inspirem, instiguem, e mostrem que no cotidiano, tão comum e repetido, sempre há espaço para o extraordinário, basta o olhar”, trecho extraído da apresentação da obra, assinada pela escritora Zilma Assad, que esteve a frente de todo o processo que permitiu tornar realidade o livro.

A convite da Zilma, tive a indisfarçável honra e elevada responsabilidade de escrever o prefácio. O que eu não imaginava é que o prefácio fosse lido. A leitura coube a escritora e professora Dalva Helena de Medeiros, uma honra para mim. Algumas crônicas foram escolhidas, lidas na mesma oportunidade solene, o que permitiram certamente uma boa noção para o público o que o livro traz.

Evidentemente que só fiz o prefácio – intitulado “A crônica não dura, perdura” – após a leitura pormenorizada de todo conteúdo. Autores de longa data que convivo e outros cronistas que passei a conhecê-los na referida análise, e aqueles que tive o primeiro contato.

Sendo uma das características mais preponderantes da crônica é a brevidade, então termino aqui, ao ressaltar o referido lançamento como um marco de nossa rica literatura.

Fases de Fazer Frases (I)

Quem cala a verdade é cúmplice da mentira.

Fases de Fazer Frases (II)

Vida, tão importante, única, que toma todo o nosso tempo.

Fases de Fazer Frases (III)

Nada perde todo o sentido.

Tudo perde o nada sentido.

Fases de Fazer Frases (V)

Gosma é uma palavra nojenta por si só?

Fases de Fazer Frases (VI)

Quem é bom com uma rosa acha que tudo é flores.

Fases de Fazer Frases (VII)

Quem é bom com uma palavra acha que tudo é dicionário.

Fases de Fazer Frases (VIII)

Quem é bom consigo mesmo acha que todos também são.

Fases de Fazer Frases (VIII)

O que mais pesa na consciência é perdê-la definitivamente.

Fases de Fazer Frases (IX)

Não confundamos: pasmo com espasmo.

Fases de Fazer Frases (X)

O saci pererê não gosta de pé d’água.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

O prefeito de Campo Mourão (CDN) esteve na semana passada na Câmara de Vereadores para entregar o conteúdo que especifica multas – que podem ser superiores a 40 mil reais  – para fios soltos nos postes da cidade. O texto encaminhado pela Administração Municipal atualiza o conteúdo da lei aprovada pelo Legislativo.

É simples de entender, aprovado um projeto de lei, é preciso regulamentá-lo. E também fixar sanções, ou seja, punição, multa etc para quem violar o dispositivo constitucional.

Além dos riscos, a tal da “fiozeira” é extremamente feia.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

“Ladrão ‘já conhecido’  é a expressão empregada pelo jornalista Walter Pereira, no texto da notícia nesta Tribuna no dia três, referindo-se ao criminoso que furtou uma concessionária de veículos.

Trata-se mesmo de muito conhecido, pela população, especialmente as vítimas e no meio policial. Consta que o indivíduo tem um mandado de prisão em aberto, segundo o texto.

A hora que apanhá-lo, colocarão nele um tornozeleira eletrônica?

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)

É raro, mas acontece. O número de enterros no Cemitério Municipal São Judas Tadeu de Campo Mourão registra, mês anterior: morreram mais mulheres do que homens. Dos 38 enterros, foram 20 mulheres e 16 homens. Cabe salientar que muitas pessoas mortas em Campo Mourão não são aqui enterradas e que a maioria faleceu quando estava em internações hospitalares.

Farpas e Ferpas (I)

Quem pode, pode. Quem não tem podido, podido está.

Farpas e Ferpas (II)

Quem não sabe o lado que aperta e o que afrouxa, não sabe o que é parafuso.

Sinal Amarelo (I)

Tome cuidado, aos goles.

Sinal Amarelo (II)

Nunca rejeite conselho, que pode não valer nada, hoje.

Trecho e trecho

“A maioria das pessoas prefere confessar os pecados dos outros”. [Graham Greene].

“Somos mais pais do nosso futuro do que filhos do nosso passado”. [Miguel de Unamuno].

Reminiscências em Preto e Branco (I)

Observe o tempo, com tempo.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

Na tardança da vida, não é a bagagem a que pesa mais, é a viagem para o fim.

José Eugênio Maciel | [email protected]

* As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal