População é chamada para opinar sobre implementação de colégios cívico-militares

O Governo do Paraná está fazendo nesta terça e quarta-feira (27 e 28), consulta pública aos pais de alunos da rede pública estadual de ensino para oficializar a indicação de implementação de colégios cívico-militares. Para isso, pais, mães, ou responsáveis pelos estudantes devem comparecer às escolas para votar. Para a implantação, é necessário 50% mais 1 voto, das pessoas com direito ao voto entre professores, funcionários e pais. 

Na região da Comcam, oito colégios foram indicados para implementação deste modelo de educação, sendo Campo Mourão: colégios Vinicius de Moraes, Darcy José Costa, Antonio Teodoro de  Oliveira, e Unidade Polo; Goioerê: colégio Vila Guaíra; Mamborê: Colégio Rui Barbosa; Peabiru: Colégio Olavo Bilac; e Ubiratã: também colégio Olavo Bilac.

“Uma vez que a escola vote por cívico-militar vamos ter mais aulas de português, mais aulas de matemática, aulas de civismo, ética e cidadania, além de uniforme para crianças e um policial e seu time dentro da escola para garantir o respeito, a ética e o ensino do civismo no Paraná. É o governo do Paraná dando esta opção a você, família do Paraná”, falou o secretário estadual de Educação, Renato Feder.

Os colégios foram selecionados pela Secretaria de Educação e do Esporte. Um dos diferenciais é o aumento da carga horária curricular, com aulas extras de português, matemática e valores éticos e constitucionais. A lei foi aprovada neste ano pela Assembleia Legislativa do Estado, mas o programa está sendo planejado desde o ano passado.

O programa de colégios cívico-militares, será implementado em 215 colégios estaduais de 117 municípios do Paraná a partir de 2021. O investimento será de cerca de R$ 80 milhões. A nova modalidade de ensino funcionará com gestão compartilhada entre militares e civis em escolas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. 

As aulas continuarão sendo ministradas por professores da rede estadual, enquanto os militares serão responsáveis pela infraestrutura, patrimônio, finanças, segurança, disciplina e atividades cívico-militares. Haverá um diretor-geral e um diretor-auxiliar civis, além de um diretor cívico-militar e de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola.

Os objetivos detalhados do novo programa passam pela garantia do cumprimento das diretrizes e metas do Plano Estadual de Educação. Entre eles estão atuação contra a violência; promoção da cultura da paz no ambiente escolar; criação de novas possibilidades de integração da comunidade escolar; garantia da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; e auxílio no enfrentamento das causas de repetência e abandono escolar.

As instituições de ensino selecionadas funcionarão em regime de cooperação, por meio de termo entre a Secretaria da Educação e do Esporte e a Secretaria da Segurança Pública do Paraná. O programa será avaliado continuamente a partir da implementação, como forma de aferição da melhoria e do alcance das metas do modelo proposto. Não haverá seleção de alunos.

O diretor cívico-militar será indicado pela Secretaria da Educação, responsável pela seleção por meio de entrevista e avaliação. Os militares da reserva podem ser voluntários. Eles serão remunerados por meio de diárias criadas por lei em 2017, cujo valor variará conforme a atribuição desempenhada na instituição de ensino.  

Quem vai gerir o Colégio Cívico-Militar?
O comando da escola terá três diretores. O diretor-geral será um professor da rede, responsável por cuidar do conteúdo e do material pedagógico. Subordinado ao diretor-geral, haverá um diretor militar, um policial militar, e outros diretores, que também são servidores da rede de Educação.

Qual o papel do militar na Direção?
O representante militar no comando da Escola fica responsável pelas atividades cívico-militares, além da gestão de infraestrutura, segurança e finanças. Assim, os professores ficam liberados para uma dedicação exclusiva à educação.

Como é definido o conteúdo das aulas?
Os educadores têm total autonomia na elaboração das aulas. A SEED irá definir as diretrizes pedagógicas e acompanhar os colégios, sem a interferência de militares. Não haverá mudanças na liberdade de pensamento ou de manifestação nas escolas.

Como fica a qualidade do ensino?
Os alunos terão maior carga horária, com destaque nas aulas de Português e Matemática. Também haverá aulas de Educação Financeira e de Civismo, valorizando a ética, valores morais e de cidadania.

Haverá uniforme especial?
Os alunos dos Colégios Cívico-Militares terão uniformes próprios, que será disponibilizado gratuitamente pelo Governo do Paraná. Haverá um agasalho completo, camisetas e também um uniforme especial para eventos públicos.

Qual o papel das famílias nessa estrutura?
Um dos pilares da Escola Cívico-Militar é a aproximação entre o colégio e a comunidade. Nesse contexto, a integração das famílias é essencial para o processo de ensino e de aprendizagem.

Quais os benefícios dessa convivência entre civis e militares?
A presença de militares no dia a dia do colégio vai garantir mais segurança a toda a comunidade escolar. É a oportunidade de promover a cultura da paz por meio da educação.

Como tudo isso impacta na formação dos alunos?
O programa tem como foco a união entre a liberdade, a tolerância e a promoção dos Direitos Humanos. Tudo isso para promover uma formação humana, garantindo aos estudantes a autonomia de aprender, ensinar, pesquisar e exercitar a sua expressão.