Colégio Marechal Rondon fará consulta sobre ensino cívico-militar

A Secretaria Estadual da Educação autorizou o Colégio Estadual Marechal Rondon, de Campo Mourão, a consultar a comunidade escolar sobre a implantação do modelo de ensino cívico-militar. A consulta aos pais, alunos e profissionais que trabalham no Colégio será nesta quarta-feira (11), das 11 às 21 horas e na quinta-feira (12), das 8 às 21 horas.

A direção do colégio pede que quem for participar da votação leve documento de identificação e caneta. “Os pais pediram à Secretaria de Educação, aos deputados e também à chefia do Núcleo para que o colégio fosse incluído para essa consulta e agora tivemos a autorização”, disse a diretora, Rita de Cássia Cartelli, ao lembrar que é necessária a participação de 50 por cento mais um do público, o que significa uma média de 800 a 900 pais.

O Colégio Marechal Rondon, localizado no centro de Campo Mourão, não havia sido contemplado na primeira consulta da Secretaria de Educação. Dos quatro contemplados, dois aprovaram o ensino cívico-militar (colégios Darci Costa e Unidade Polo) e dois reprovaram (Vinicius de Moraes e Antonio Teodoro de Oliveira).

Para justificar o pedido de inclusão do Marechal Rondon, a direção argumentou que esse modelo de ensino já havia sido solicitado desde o ano passado pela Associação de Pais e Mestres (APM) e Conselho Escolar. O colégio, porém, não havia sido contemplado porque, segundo o Núcleo Regional de Educação, não preenchia os requisitos estipulados pela Secretaria Estadual da Educação para esse modelo de ensino.

Insatisfeito por ter ficado de fora, a direção, APM e Conselho Escolar fizeram uma reunião e ofícios com cópias da ata foram encaminhados a algumas autoridades solicitando apoio para convencer a SEED a reconsiderar o pedido. “No ano passado, quando nem se falava em ensino cívico-militar para Campo Mourão, já aprovamos em Assembleia e temos tudo documentado”, explica a diretora. A consulta tem gerado manifestos contrários da APP-Sindicato dos Professores. A entidade alega que não houve discussão prévia sobre o tema com os educadores e por isso pedem que os pais votem contra.

O Colégio já é conhecido por adotar uma linha mais rígida no que refere a questões disciplinares. Em 2016, quando vários colégios foram ocupados por alunos contrários à reforma do ensino médio e que incentivam o boicote às aulas, pais de estudantes do Rondon, com apoio da direção, se revezaram em uma vigília para impedir que a escola fosse ocupada. O assunto ganhou repercussão até na mídia nacional.