Em carta aberta, 15 pastores evangélicos manifestam apoio a medidas contra Covid

A pandemia de Covid-19 tem afetado as celebrações religiosas, conforme mostrado em reportagem da TRIBUNA no fim de semana. Entre os líderes evangélicos, há quem não compactue com as medidas exigidas pelas autoridades políticas de Campo Mourão para o enfrentamento da doença. Por isso, um grupo de 15 pastores de diferentes denominações divulgaram uma carta aberta em apoio às medidas.

“Sentimo-nos no dever de esclarecer a população, que embora respeitemos a pluralidade de ideias e autonomias das comunidades locais, como é do conhecimento público, muitos líderes têm sido insensíveis aos apelos e decretos sanitários por parte das autoridades, abrindo seus templos para celebrações de modo indiscriminado”, acentua o texto da carta. 

Os pastores que assinam a carta  afirmam que não compactuam com o comportamento de alguns colegas. “Entendendo que estamos vivendo uma pandemia que continua em progressão e sobretudo alcançando taxas recordes de ocupação de leitos em nossa cidade e região, afirmamos que toda cautela se faz necessária, respeitando as orientações e protocolos sanitários”, reforça o documento, postado nas redes sociais. 

Eles afirmam que é possível seguir os protocolos sem ter que paralisar as atividades. “Enquanto pastores, compreendemos que parte crucial do exercício da nossa vocação é o cuidado para com a vida humana em sua integralidade, isto é, zelar por sua integridade física, emocional e sobretudo espiritual. Não são poucos os atendimentos pastorais, visitas a hospitais e ofícios fúnebres neste período de pouco mais de 15 meses. Acolhemos e lidamos com a dor alheia, trazendo amparo e consolo às famílias enlutadas desde então”, informa o texto. 

Na carta os 15 pastores afirmam que se recusam a cair “na vala comum de discussão da falsa dicotomia entre vida e economia”, ao lembra que ambas são cruciais. “Temos oscilado entre aberturas e fechamentos de atividades presenciais de nossas comunidades de fé mediante decretos, sempre respeitando todos os protocolos sanitários, indo inclusive além, ao paralisar voluntariamente por vezes nossas atividades presenciais em momentos críticos da pandemia, na tentativa de colaborar com a não disseminação do vírus”, reforça o texto. 

A carta é concluída com um trecho bíblico da 1ª Carta de Pedro: “Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho”.

Confira a carta na íntegra.