“… Eu disse some e você sumiu”

Naquele momento eu gostaria de ter dado as respostas mais clichês – você me procurou?

Ou meu endereço é o mesmo’ – Queria ter gritado a mais cruel verdade.

‘Me afastei para ver se sentia minha falta e outras frases vieram em mente.

Suspirei e disse as únicas palavras que consegui: ‘Você sumiu’

Gossip Girl 

            Pode ser diferente, e não pelo significado e contexto das palavras, diferente por razões que vagam desconhecidas para encontrar – ou não – razão que justifiquem o sumiço de alguém, quanto a sumir do nada; ou sumir para o nada.

            No sábado anterior a este, 28 de junho, na solenidade da Academia Mourãoense de Letras, tive uma conversa com o José Aroldo Galassini, que dispensa apresentações. Ele disse-me, Nós não nos encontramos mais, praticamente. Você não está mais na política, talvez seja este motivo, observou o presidente da COAMO. Eu respondi, informando-o que o meu trabalho ocupa todo o tempo, inclusive à noite, pois sou professor do Colégio Estadual em Campo Mourão, me impedindo praticamente de comparecer aos eventos sócias, políticos etc.

            Evidentemente por ter sido presidente da Câmara no início da década e anteriormente secretário municipal da educação e cultura de Campo Mourão, eu tinha uma agenda repleta de compromissos inerentes às próprias atividades da secretaria ou como vereador, somando-se aos convites endereçados à época em razão do cargo exercido.

            Galassini tem razão. Sem ser capaz de promover algo de relevante ao menos em termos sociais, passei a não ser alvo de notícia, ou melhor, raramente. Aliás, curiosamente, por causa daquele evento, deu uma aparecidinha nos jornais, impressos ou eletrônicos.

            Claro, eu apareço todos os domingos aqui, neste espaço que generosamente a Tribuna do Interior me proporciona, aliás, no próximo dia dez irei completar 26 anos como colunista.

            E quando deixamos de fazer parte de uma lista automática, daquelas impessoais que se integra em razão de algum cargo, posição, enfim o que o valha, só passamos a receber os convites efetivamente pessoais.

            É interessante que nem todos têm a mesma percepção como no caso acertadamente do Galassini, que bem compreende a minha condição atual. Não são poucos os que acreditam que o sumiço é porque eu não tenha mais interesse pelo povo, pelas pessoas, ou até que acabará o dito sumiço tão logo cheguem às eleições.

            A vida segue. Sempre que sou convidado e não podendo comparecer, tomo o cuidado de formalmente agradecer ao convite, justificando a minha ausência. E se puder comparecer, o faço com enorme satisfação.

            Se estou de fato sumido não estou fugido ou fugindo nem fingindo. Apenas as atividades impõem o cumprimento de horário, como especialmente ser professor, as aulas precisam ser ministradas e faço questão de não me ausentar.

            Deixando para outra ocasião, vem à lembrança o fato de espontaneamente eu me recolher em torno da minha própria insignificância. Sem fugir de ninguém. Também não fugir de mim, embora possa não saber que desapareci em meio à procura. Mas nada é contra alguém em específico ou em desfavor do mundo. Para me achar, será preciso procurar. Fácil? Difícil? Impossível? Mas quem tem me procurado?

            Se estou ausente, é sem desaparecer. Se algo me esconde, não sou em que busco esconder.

Fases de Fazer Frases

            Se não puder deixar a tristeza pra lá, vá pra lá com a sua tristeza.  

Olhos, Vistos do Cotidiano

Quem torce na frente da imagem da televisão, gesticula, grita, fica tenso, desabafa, mas o técnico e os jogadores não estão ouvindo ou nada vendo Agora quanto aos torcedores que assistem ao vivo aos jogos, podem exercer uma forte pressão, mas parecem mais preocupados e se verem no telão. Comemoram quando tem gol. E enquanto não tem bola na rede, roem as unhas, seja no sofá ou na arquibancada. Bem, o Brasil segue adiante e a Colômbia deu trabalho e volta para casa só tendo perdido para os donos do campo.  

Reminiscências em Preto e Branco

            Cabe perguntar: Quanto tempo durará a luz; ou a escuridão? Que tempo temos para uma ou a outra?