Armando, guerreiro da paz
Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior.
É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz.
Mário Quintana
No verso acima, o poeta Mário Quintana conclui com dizeres bem apropriados a Armando Garaluz: É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz. Um dia, que o marcaria para a toda a vida e da Vila Brezezinski (Alto Alegre) quando aportou naquela comunidade, década de 60, oriundo de São Paulo, estado onde nasceu. A lida com a terra foi o ganha pão, cultivar a lavoura a depender das intempéries, laborar de sol a sol ou chuva, e, quando um ou a outra faltavam ou eram demais, sequer colheita restava.
A dedicação e esmero com a esposa e os dez filhos e, no envolver do tempo, genros, noras, netos, eram marcados pelo respeito, afeto, decência. Armando é nome que provém de arma; armar-se ou armadura. Também empregada no sentido de preparar-se; prevenido. Garaluz foi um homem da luta, preparado para o trabalho, a exercer solidariedade. Guerreiro da paz, enfrentava desafios, assumia responsabilidades, agia com correção. Com simplicidade formou a família nas ensinanças e na condução no caminho do bem, sem desvios ou titubeios. Pôde deixar o legado de princípios como a honestidade e bem querência aos semelhantes.
Ao despedir-me do seu Armando, à tona transbordam cristalinas lembranças. Existiram edificantes encontros quando fui secretário municipal da educação, cabendo visitar a nossa escola, como assim ele se referia. Certa vez, ao chegar lá, ele veio ao meu encontro, como sempre se colocando à disposição para colaborar, sempre com iniciativas, opiniões e atitudes que visavam o progresso e integração do lugar. Líder nato, não carecia de chamá-lo, ele exercia o seu papel familiar e social com inegável desvelo, nas festas e reuniões paroquiais. Nos encontros para o debate e reivindicação por melhorias nas estradas vicinais, para a escola, ele sabia o que era essencial para ter uma vida melhor, sem esperar ou cobrar direitos e antes cumpria com as obrigações conscientemente.
Longe de ser novidade, uma vez ser uma das suas características mais marcantes, o seu Armando Garaluz jamais pediu algo para ele ou para a sua família, algum benefício, favor pessoal, pequeno que fosse. Aos 79 anos, ele passa a ser saudade. São perenes os predicados de um homem bom e honrado, um leme que orgulha a família e amigos e, ainda que a dor profunda que se manterá, ela será atenuada pela luz a apontar caminhos que hão de serem percorridos mesmo sem a presença dele, que bem sabia apontar direções no rumo de um mundo mais humano e justo.
Fases de Fazer Frases (I)
A vida inteiramente vivida se faz de cada parte.
Fases de Fazer Frases (II)
Ainda que sonhos não façam viver, não se deve matá-los.
Fases de Fazer Frases (III)
Enterrar sonhos antes que nasçam é o suicídio da esperança.
Fases de Fazer Frases (IV)
O que não puder carregar, deixe: que outro leve.
Fases de Fazer Frases (V)
O que não puder carregar, deixe: tudo leve, que seja leve, para que outros levem.
Olhos, Vistos do Cotidiano
Um senhor me pede ajuda para ler diminutas letras no rótulo de uma garrafa. Acho que vô levar este vinho – me disse. Eu já ia saindo e advirto o cidadão que não era vinho e sim vinagre. A gargalhada dele foi contagiante, demonstrando o quanto é bom rir da vida, da gente. Afinal, vinagre também é feito de vinho e vinho se passar do tempo e sem cuidado, vira vinagre.
Reminiscências em Preto e Branco
Wille Batheke Júnior tem o Blogue que é História pura. Sem desmerecer o chamado saudosismo, (ao contrário, ele é importante) o espaço virtual é de registro e análise da nossa história. São imagens, relatos e a interpretação dos acontecimentos, muitos dos quais ele foi testemunha. Para ficar num único exemplo, sobre a chuva de pedra que atingiu Campo Mourão em setembro de 1971, Wille conta como a família foi tomada pelo susto. No texto, rememorou a piada que dava calafrio: quem descobriu Campo Mourão? Foi a chuva de pedra!.
