Não pela porta dos fundos

Contudo, se há um escritor que mereça integrar a academia, é o autor de ‘Estatuto do Homem’

Carlos Heitor Cony

Na Coluna do domingo anterior, intitulada Imortais pela palavra, é analisada a eleição de dois grandes nomes da literatura para a Academia Brasileira de Letras, Ferreira Gullar e Zuenir Ventura. E ficou para hoje discorrer sobre aquele que teve só um voto.

A citação abaixo do título de hoje se refere ao poeta Thiago de Melo, ele teve só um voto, dado pelo escritor Cony. Colunista da Folha de S. Paulo, domingo passado Cony escreveu sobre a eleição, o quanto pesou ter que escolher entre todos os amigos, consagrados literatos. É uma questão de tempo e circunstâncias para que Thiago entre para a Academia, pela entrada principal da ABL, se com todos os votos, será natural e legítimo.  Transcrevo trechos do belo texto do Cony:

… colegas me informaram que o Zuenir estava eleito antes mesmo da votação regulamentar. Telefonei para ele dizendo que votaria em Thiago de Mello, grande poeta, traduzido em várias línguas, sobretudo pelo poeta chileno Pablo Neruda. (…). Sabendo antecipadamente que Zuenir seria eleito, disse-lhe que, se dependesse de um único voto, este voto seria o meu. Mas Thiago, que esteve preso comigo na PE da rua Barão de Mesquita, não podia passar por uma eleição com apenas um voto, que seria o meu. Estou satisfeito com a eleição do Zuenir.

(…) Confesso que muito me custou não votar no Zuenir, mas tenho consciência de que votei num dos maiores poetas contemporâneos, cujo nome já pertence à literatura brasileira e à resistência contra a ditadura.

Fases de Fazer Frases

Se não puder reviver, não guarde recordações. 

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

A ambiguidade é o duplo sentido, como no caso do texto da agência de notícias publicado neste Jornal: Dunga convocou vários jogadores que nunca vestiram a camisa da seleção contra a Turquia, está no subtítulo.

Jogadores que nunca vestiram a camisa da seleção contra a Turquia, possibilita dupla interpretação, pois os jogadores que nunca vestiram a camisa da seleção diz respeito a jogar contra a Turquia, mas, na verdade, eles jamais jogaram contra qualquer seleção, obviamente por nunca terem sido convocados antes. O texto foi publicado na quarta passada (12) na página dois desta Tribuna.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

Tem quem se sentiu ofendido com as críticas desta Coluna quanto aos escândalos protagonizados por políticos paranaenses, noticiados nacionalmente. Não significa afirmar que não existam políticos sérios e probos, com mandato ou não, que dignificam nosso Estado. Não tenho prazer algum  escrever sobre a vergonha que passamos por causa dos sem escrúpulos.

O deputado federal André Vargas (ex-PT) tem tudo para terminar o mandato sem ser cassado ou atingido pela medida no final da legislatura, pois, menos de dois meses o ano termina. Uma vergonha! Ele, junto com outro lacaio, Luiz Argôlo (SD-BA) já consumiram mais de um milhão de reais do sofrido contribuinte, salários e verbas indenizatória, incluindo consultoria a advogados e rodízios em churrascaria, ressaltou o jornalista Cláudio Humberto, na coluna dele.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

E o outro ladrão condenado pelo Supremo que fugiu para a Itália? É o Henrique Pizolatto,  do PT paranaense. Aquele país não autorizou a extradição para cá. Por enquanto viverá da aposentadoria do Banco do Brasil mais a renda amealhada com o suor…. do povo!

Tais fatos, dói ser paranaense. E a Gleise, senadora (PT)? O que mais pode surpreender?       

Reminiscências em Preto e Branco

Noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira, disse o poeta Manoel de Barros, morto quinta passada. Mato-grossense, tinha 97 anos, literato premiadíssimo, como ganhador duas vezes o prêmio Jabuti. Cabe a citação do que escreveu o poeta mourãoense Oswaldoir Capeloto: Manoel de Barros morreu…/O poeta que entortava as palavras morreu. Mas vivo e alegre e simples como sempre/ele segue abrindo caminhos nos livros deixados./No cantar da cigarra, no andar das lesmas/e mesmo na conversa das aves com as pedras ou da rãs com as águas./. Abraços. A poesia segue fazendo a festa alegre da eternidade.