Filho renegado

Um levantamento dos jornalistas André Gonçalves e Guilherme Voitch  coloca as coisas nos seus devidos lugares. Realmente, tirante São Paulo com seu fantástico orçamento,  Rio de Janeiro, este por ter sido a capital do país desde sua origem, e Brasília, que pelos investimentos em  sua construção não oferece parâmetro de avaliação, o Paraná é o estado que menos investimentos recebe do governo federal. Embora o levantamento não retroceda até o período  Geisel, deve ter sido naquele momento, pela presença forte de Ney Braga em seu governo, que o Paraná foi melhor aquinhoado. De resto,  amarga um menosprezo irritante para os paranaenses. Nem agora, quando contou com três ministros, obteve melhor sorte. Daí esse número decepcionante: de cada R$ 42,60 em tributos federais o estado recebe R$ 1 real de retorno em obras federais. Sem contar o fato de que outros estados mais aquinhoados  por politicamente mais fortes, contam com inúmeras universidades bancadas pelo governo federal – Minas e Rio Grande do Sul somavam até anos atrás, 19 delas, e o Paraná pioneiro, uma única. Nem se mencione o fato de agora termos  universidades tecnológicas. Elas foram distribuídas entre vários estados. Não foi exclusividade nossa. As estaduais que o estado é obrigado a bancar, iniciadas no governo Paulo Pimentel  há mais de quarenta anos atrás, consomem quase um bilhão anual do orçamento estadual. É importante que esse assunto seja discutido na campanha estadual deste ano e que os candidatos federais assumam compromisso com o estado, de mudarem essa situação discriminadora, quando vierem pedir votos aqui.

Federação resgatada

Quando esta matéria escrita no sábado  estava sendo publicada no domingo, a Gazeta do Povo entrevistara o candidato  Aécio Neves (PSD) que visitava o Estado. Depois de sua caminhada pelo centro de Curitiba, em companhia de seu companheiro  de partido, candidato à reeleição, Beto Richa,  fazia uma afirmação que confirma o que a coluna informou: Eu quero resgatar a parceria com os estados e com o Paraná, em especial, porque vem sendo o mais prejudicado. Quero resgatar a Federação. Que não seja promessa!

Sem licença

Álvaro Dias, anuncia que pedirá 120 dias de licença, para entregar-se  à campanha. Beto Richa por enquanto concilia o governo e a disputa. Admite porém entregar o cargo nos próximos dias a Flávio Arns, seu vice. De Gleisi e Requião não se tem notícia de afastamento, até porque daqui até o 5 de outubro o Senado só trabalhará duas semanas. A primeira começou ontem. A isso se chama, esforço concentrado!

Vices abonados

Uma nota publicada em jornais nacionais comenta o fato de normalmente o suplente de senador, ser um homem muito rico que banca a campanha do titular. Um tem voto e outro o dinheiro informa a nota que aponta o vice do candidato do PSD no Rio, Ronaldo Cezar Coelho e Joel Malucelli do Paraná. Por aqui  o candidato titular Marcelo Almeida, pode se dar ao luxo de bancar a candidatura de seu candidato a governador  e de não depender do suplente.

Futuro e presente

A pressão exercida pelo governo sobre o Banco Santander, pelo relatório de um de seus analistas enviado aos clientes, prevendo dificuldades para o país em caso de reeleição de Dilma Rousseff, determinou a demissão do técnico. Não impediu  que a imprensa divulgasse ontem o mau resultado da economia brasileira nos dois primeiros semestres deste ano. A previsão é mais pessimista que a feita pelo analista. Aquela refere-se ao futuro. A divulgada ontem, ao presente.

Problema sério

Um tema que irá dar o que falar: a prorrogação do prazo para a implantação de soluções aos lixões. Realmente um problema sério de saúde pública e preservação ambiental, não honrado por grande número de municípios brasileiros, apesar do enorme espaço que tiveram. Faz parte das dificuldades municipais a cada dia com mais deveres e menos recursos. Se  não tiveram recursos para a solução, não terão para pagamento das multas que lhes serão aplicadas.