Momento complicado

Se ficar o bicho come; se correr o bicho pega! A luta do governo contra a inflação tem muito a ver com esse dito popular. O aumento dos juros determinado pelo Banco Central , depois de uma redução expressiva na metade do atual mandato presidencial que baixou os juros a níveis mais próximos aos praticados em países do primeiro mundo, deixando-os pela primeira vez no últimos tempos abaixo dos dois dígitos, não conseguiu conter os efeitos perversos da inflação. A subida posterior para conter esse mal que corrói o salário do trabalhador foi consequência. Outros fatores porém não permitiram que a inflação fosse estancada, aproximando-a do teto previsto pelo governo. Ainda assim os 11% hoje praticados não surtiram o efeito desejado. O  crescimento do país também não se fez sentir. Bem ao contrário. A solução é voltar a aquecer a economia, atendendo principalmente à pressão política. A liberação de R$ 45 bilhões pelo Banco Central, num pacote para facilitar o financiamento, estimulando a concessão de crédito pelos bancos, especialmente para a compra de veículos, setor que pela segunda vez em dois anos passa por dificuldades que só farão aumentar pela necessidade de produção crescente, e apoio às pequenas empresas sufocadas pela redução do consumo. É um quadro realmente preocupante que, em algum momento exigirá medidas mais fortes do governo. Ocorre que períodos eleitorais não se prestam a medidas duras, que, seja quem for o vencedor, terá que tomar no futuro. A economia do país conta mais uma vez com o bom desempenho da agricultura que neste ano também  está sendo salva pela produtividade aumentada, de vez que, como a regra ensina, volume  em alta, preços em baixa.

Leite derramado

A avalição do Brasil Pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), crescendo apenas um ponto, colocando-o na 79º lugar entre 187 nações avaliadas, irritou o governo brasileiro. Três ministros foram escalados para fazer a defesa do país, anunciando que tal avaliação peca pela desatualização dos dados. Ministros da Saúde, Educação e Desenvolvimento Social e Combate à Fome bateram o pé contra a avaliação. Não teria sido mais prático, sabendo que tal levantamento ocorre há 24 anos, mandar à ONU dados atualizados!

OAB contra

Não é  apenas a opinião pública que se mostrou estupefata  com o autoconcedido auxílio-moradia a juízes e desembargadores. A OAB do Paraná em decisão desta sexta-feira, vai recorrer ao Conselho Federal da entidade para pressionar o Supremo na conclusão do julgamento da legitimidade dessa medida adotada em 14 estados. Embora concordando que é uma categoria que precisa ser bem remunerada para manter a independência nos julgamentos, a opinião  pública brasileira entende que  certos adendos aos salários atentam contra a moralidade.

Cabides

A decisão do Tribunal de Contas da União em relação ao caso Passadena, coloca em discussão a validade dos Conselhos de Administração das empresas estatais, normalmente utilizados como cabides de ampliação de salários a membros do primeiro escalão. Ou cabides de manutenção de apoios como ocorreu recentemente na Itaipu, com a convocação do ex-governador Orlando Pessuti para o cargo. A não responsabilização dos Conselheiros da Petrobras, dá aos conselheiros a condição de carimbadores de decisões de instâncias inferiores (opinião de leitor).

Apoios demais

O presidente nacional do PT, Rui Falcão está recomendando a Lula que não se faça presente em estados onde mais de um candidato, de partidos que apoiam a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição, esteja na disputa. Caso inclusive do Paraná onde Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) estão no páreo contra Beto Richa. Falcão entende que a presença de Lula prejudicaria nesses estados a candidatura de Dilma à reeleição. A valer a recomendação, Lula só poderá ir a Pernambuco, Minas e Bahia. No Rio de Janeiro a ida de Dilma ao lado do governador Pezão (PMDB que em sua maioria no estado vai de Aezão-Aécio/Pezão) já criou problema com Lindbergh (PT),  Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB).