O que a Copa encobriu!
Os americanos que vieram ao Brasil para acompanhar o desempenho de sua equipe, que aumentou o entusiasmo no seu país pelo futebol, até tempos atrás ignorado por lá, ficaram bem se restritos ao entusiasmo nos jogos da Copa. Qualquer tentativa de se informar como é o Brasil real, especialmente nestes momentos que antecedem às eleições, os deixaria absolutamente atônitos. Acostumados à prevalência de dois partidos em seu país, cada um com posições definidas, a informação de que há 32 por aqui e sem nenhum compromisso com ideias, simplesmente não seria entendida. Se se atrevessem a acompanhar o emaranhado de coligações, Brasil afora, com esquerda unida com direita, vice-versa e controversos, o estrangeiro trataria de voltar correndo para seu país. Chegou-se aqui nestes arranjos pré-eleitorais ao perigoso caminho da galhofa, diria Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), se vivo estivesse! Daí o aumento de descrédito que a política vem sofrendo no país, a cada eleição. Claramente os interesses de grupos que já ocupam o poder é que prevalecem. O povo só será lembrado posteriormente, nos programas eleitorais, com produções milionárias no padrão Globo de televisão’, com programas feitos sem compromisso nenhum com o amanhã. Promessas de um país maravilhoso que nada tem a ver com o nosso. Números fantasiosos que farão o telespectador sonhar. Novos momentos de ilusão como os vividos durante a Copa, num país quase maravilhoso nas 12 sedes, enquanto outras áreas do país se afogavam em enchentes, greves de transporte coletivo, inflação, insegurança, miséria. Enquanto todos olhavam para as TVs, vendo lances espetaculares, tal qual a letra de Chico Buarque, o Brasil era subtraído, em tenebrosas transações.
Reformas, já!
O que se viu (mais o que ocorreu nos subterrâneos dos conchavos políticos), prova que não apenas uma reforma político/eleitoral tem que ser feita. Igualmente os horários (ditos gratuitos) de rádio e TV, precisam sofrer alteração. Cada partido tem que mostrar a cara: candidaturas próprias para presidente, governador e prefeito. Sem coligação de qualquer espécie. Partido que não tiver programa, que se retire!
Joaquim Barbosa…
De uma certa maneira a saída do ministro Joaquim Barbosa, é um momento especial vivido no país. Com seu temperamento forte, polemico, corajoso para enfrentar o que enfrentou, certamente marcou época no STF. O fato de em sua aposentadoria estar causando alvoroço, por si só mostra que ele foi um ministro diferente. Outros saíram sem qualquer manifestação de satisfação ou tristeza.
…um símbolo!
O conceito de seus parceiros no Supremo, pode ser sintetizado nas palavras do ministro Luiz Roberto Barroso, que recém chegado ao STF no ocaso do julgamento do mensalão, foi um dos últimos a terçar armas (debate duro) em plenário, com Joaquim Barbosa: O ministro se tornou um símbolo contra a improbidade. O Brasil precisa de símbolos. Ele conquistou muitas coisas, como ter sido o primeiro negro à chegar à presidência da Corte. Você pode concordar mais ou menos (com ele), mas certamente é uma pessoa decente.
Derrota da dignidade
Um dos resultados negativos dos conluios que marcaram as convenções, com decisões esdrúxulas na maioria das convenções, vai ser a perda de um político decente que marcou uma boa passagem pela política do Paraná: deputado Dr. Rosinha. Descontente com os rumos que seu PT deu à escolha dos companheiros de chapa de Gleisi (nada pessoal contra os nomes, apenas coerência com o a filosofia que o partido um dia defendeu), anuncia que não mais disputará eleições. Até os que nunca votaram nele, caso do colunista, lamentam.
Oposição paranaense em festa
O dia é de festa para a candidatura de Gleisi Hoffmann. Com a presença, até o horário em que a coluna foi escrita, da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, a plenária do PT que será realizada em Curitiba, tem tudo para ser um sucesso da coligação PT-PDT-PCdoB. A presidente aproveita o evento para inaugurar casas do programa Minha Casa, no bairro Santa Cândida. Nos próximos tempos não poderá mais estar presente em inaugurações de obras governamentais.
