Pós-Copa
Mesmo o aparente fervor cívico despertado pela Copa entre os torcedores mais fanáticos, pela presença da seleção brasileira em campo (embora ainda sem convencer inteiramente) , despertando esse sentimento por uma Pátria que se deseja no ardor com que se canta o Hino Nacional, deixa no ar a sensação de que alguma coisa não encaixa. Há um misto de esperança de que o esporte possa reerguer um Brasil tão contestado internamente, associado à certeza de que terminado o evento esportivo tudo volta à situação anterior. Pior! Inicia-se uma etapa em que as divergências internas ficarão mais visíveis, através uma campanha eleitoral que tem tudo para ser um espetáculo deprimente de acusações entre grupos que já mandaram no país e ficaram a dever. As promessas que recomeçam de um grupo que está no poder há doze anos e outro que, embora tenha deixado avanços como a estabilidade financeira (de novo desperdiçada) e os primeiros movimentos no combate à miséria, teve como pecado maior a implantação da reeleição, um malefício ao sistema. Nenhum segundo mandato superou o primeiro, no Estado e na Nação! Todas essas constatações levam à conclusão de que o ocorrido na partida entre Brasil x Croácia, com manifestação ofensiva de parcela significativa do público presente, fez parte da irreverência e agressividade comuns aos campos de futebol, onde torcidas organizadas transformam partidas locais em guerras urbanas! Não foi à presidente Dilma a manifestação e sim, ao que ela representa como catalizadora do cenário político brasileiro. Foi contra tudo que ocorreu antes da Copa, com o derrame de recursos aplicados nos estádios e obras de mobilidade inacabadas (quando não abandonadas), tudo visivelmente superfaturado. O que se espera é que esse descontentamento seja estendido ao pós-Copa, forçando órgãos fiscalizadores a se debruçarem sobre as malfeitorias de agora. Não pode tudo terminar no dia 13 de julho, como se nada tivesse acontecido no país da impunidade!
Dinheiro suado
Saíram enfim os R$ 817 milhões devidos ao Paraná pelo programa Proinveste! Depois de dois anos em que esse e outros recursos negociados pelo governo do Estado vagavam ao léo em Brasília. Curiosamente sem a influência de ninguém, com interesse em prejudicar o governo do Paraná: dá para acreditar!
Presidente viu in loco
A liberação agora de recursos destinados aos flagelados, que primeiro chegam à imprensa, depois às autoridades responsáveis pela Defesa Civil a quem cabem as providências em relação aos prejuízos causados pelas chuvas, é uma mostra da estranheza que provocam certas atitudes, em relação ao Estado. Depois da visita da presidente Dilma a algumas regiões, especialmente União da Vitória, afogada pelas águas do Iguaçu, quem sabe os valores solicitados pelo governador para fazer frente à tragédia, sejam liberados pelo governo federal.
Fim de carreira
O final do mês marca o encerramento de uma carreira jurídica que semeou esperança e ódio. Brasileiros viram em Joaquim Barbosa o justiceiro capaz de fazer renascer a confiança no Judiciário, tão abalada em todos os tempos pela prevalência aparente do poder sobre a verdadeira justiça. O ódio partiu da solidariedade partidária dos que assistiram a sua luta titânica, marcada inclusive por debates agressivos, no sentido de dar um fim correto àquele que foi classificado como o maior escândalo político de todos os tempos: o mensalão. Daí a pressão e até ameaças sofridas pelo ministro de petistas insatisfeitos. Para admiradores e adversários fica no entanto a certeza de que, Joaquim Barbosa marcou como ninguém sua passagem pelo Supremo Tribunal Federal.
Ódios passados e presentes
A propósito da crítica feita por Lula aos que agrediram a presidente Dilma com uma expressão rasteira, uma do bem informado Elio Gaspari. Lembrou ele que Lula demonstra memória fraca ao afirmar que jamais proferiu uma expressão grosseira contra um presidente, mesmo que seu adversário político. Elio recorda o palavrão com que Lula brindou a genitora do presidente Itamar Franco, numa conversa com jornalistas. Jamais pediu desculpas, o que segundo o jornalista prova que, se existe um ódio contra o PT, a do PT contra Itamar é mais velha!
