Prenúncio

O encontro da ainda ministra Gleise e do governador Beto em Quarto Centenário e Umuarama, no final de semana, ocasião em que o tema recursos financeiros voltou à tona, culminando em troca de farpas entre ambos; Richa reclamando da má vontade que parece congênita do governo federal em relação ao Paraná, isto é, desde seu nascimentoquando libertou-se de São Paulo, aprofundando-se agora em situações realmente muito estranhas, na medida em que o tratamento na liberação de recursos é diferenciado dos demais. Já a ministra insistindo na tese de que o governo do Paraná não tem feito a lição de casa e que a Dilma não autoriza repassar recursos para quem não está com as contas em dia. O fato palpável é que, esses recursos que alguns recebem com facilidade e ao Paraná são negados, têm feito um mal enorme ao povo paranaense. Beto, por suas condições pessoais,  casado com a herdeira de uma das grandes fortunas do estado, não precisa pessoalmente dos recursos do governo federal. Já o Paraná, antes grande contribuinte para a benesse dos cofres nacionais com  o ‘confisco cambial’ sofrido pela sua maior riqueza, o café; depois com a energia elétrica taxada em São Paulo, Minas, Rio; com a manutenção de sete universidades estaduais cujo custo bilionário caberia ao governo federal; atualmente com suas fantásticas exportações de grãos ‘salvando a cara’ da balança de pagamentos nacional, merecia melhor sorte. O fato assustador é que estamos há oito meses da eleição e a campanha já começa a dar prenúncios do clima em que será travada. A propósito: o presidente Lula usa as redes sociais para conquistar os jovens, alertando contra  o jogo rasteiro da calúnia. Arma usada e abusada por seus companheiros que já compraram dossiês contra José Serra, entre outras façanhas.

Punição dupla

É bem vinda a lei que vai punir não apenas os corruptos mas igualmente os corruptores, envolvidos em negociações ilícitas com órgãos governamentais. Embora com resultados que deverão aparecer com o tempo, na medida em que o próprio Judiciário agilize julgamentos, punindo empresas corruptas tanto quanto os corrompidos, já é um avanço.

Calúnias que afastam

Necessário seria que igualmente a denúncia vazia, contra adversários políticos, desde que comprovada a  inveracidade, isto é, caluniosas,  lançadas para desmoralizar adversários políticos, passassem a sofrer punição mais rigorosa. Essa é uma das razões pelas  quais, pessoas sabidamente capacitadas para ocupar cargos, não se envolvem em política, deixando o campo fértil para que prosperem as nulidades, já destacadas por Rui Barbosa na sua Oração aos moços.

Gazeta quase centenária

A Gazeta do Povo, mais antigo jornal do Paraná, completou ontem 95 anos, em pleno vigor. Motivo de satisfação aos que vêem com preocupação o desaparecimento de outros jornais impressos, vencidos pelas mídias alternativas representadas principalmente pela Internet e suas mídias sociais; um fenômeno que também afligiu os admiradores do Rádio, à partir dos anos 50 do século passado, ameaçado pelo surgimento da televisão. Suspeita que não se confirmou então e que não irá se confirmar com a extinção da mídia impressa. Parabéns Gazeta. Vida eterna!

Marqueteiro – o homem forte

A imprensa escrita tem sido, é verdade, menos privilegiada pelas verbas oficiais, cada vez mais abundantes – o aumento em 2014, não por acaso um ano eleitoral, é expressivo – para as grandes cadeias de televisão em função principalmente de sua submissão às verbas federais. O que transforma o marqueteiro oficial João Santana, ‘especialista em embalar os produtos do governo’, no homem mais forte do governo.

Em choque

O que torna a sobrevivência da imprensa escrita mais difícil é que, por mais modesto que seja o veículo, suas afirmações impressas doem, pois cabe ao bom jornalismo, fazer o contraponto das mensagens marqueteiras, como ensina mestre Carlos Alberto Di Franco. Rasgar as embalagens e desnudar os governantes.