Bom começo

O Fórum Transparência e Competitividade – A corrupção não pode passar em branco, que a FIEP vai promover em Curitiba, dias 6 e 7 de novembro, é oportuníssimo. Principalmente para debater esse cancro que corrói o Brasil pelo ângulo agora focalizado: a importância de se punir nessas ações que colocam o Brasil numa vergonhosa colocação, 130 entre os 174 pesquisados pelo Banco Mundial, a participação dos corruptores. Desde que a multinacional Siemens dispôs-se a colaborar com a Polícia Federal, no caso agora levantado das propinas pagas a agentes públicos, para que ela e outras empresas alcançassem sucesso em concorrências públicas para implantação de metrôs e ferrovias em São Paulo e Brasília, a cada dia uma novidade desabonadora é acrescentada ao escândalo. Ocorre que essa situação, agora em evidência, é a ponta do icerberg. A corrupção sempre correu solta no país. Acrescida da impunidade. Praticamente desde o descobrimento, passando por momentos em que ela foi até enaltecida por governos que, apanhados em flagrante, amenizavam o fato com a sua conseqüência: obras realizadas. Ficou famoso em São Paulo, em meados do século passado o slogan cunhado por adversários de Ademar de Barros e atribuído a ele: rouba mas faz. Como se a obra justificasse o desvio de dinheiro público. De tal forma cresceu a visão de que a corrupção era inerente à função pública que, os que ocupavam cargos e não se locupletavam recebiam o ápodo de burros. Isso explica a resistência de gente bem situada empresarialmente, sem ligações com a máquina pública, em ingressar na política, com as conseqüências em que isso implica. O que se espera é que a posição da FIEP seja seguida por outras Federações que congregam empresários e que a corrupção passe a ser execrada, jamais como é hoje, sinônimo de esperteza e inteligência. Não basta só a lei anti-corrupção: é preciso sua aplicação implacável.

Outro lado da mesma moeda

Para que se extirpe realmente esse mal chamado corrupção, é necessária a punição de ambas as partes envolvidas: corrupto e corruptor. Surge aí uma outra visão: se tribunais encarregados dessas tarefas não cumprem suas missões, é necessário introduzir neles reformas que os capacitem a cumprí-las. Especialmente essas caras estruturas denominadas de tribunais de contas, passem a ser integralmente ocupadas por profissionais competentes e não usadas como premiação política.

Tema para reflexão

Pesquisa realizada por professores ligados à Unifesp e FGV-Easp (São Paulo) revelam o lado inesperado da atuação dos black blocs (aqueles não movidos por matizes ideológicos ou repulsa antissocial). Definidos numa frase: protesto pacífico não adianta nada; só com violência o governo enxerga nossa revolta. As pessoas estão sendo torturadas psicologicamente pelo cotidiano. Não somos vândalos. Vândalo é o estado que deixa as pessoas horas na fila do SUS, afirmam.

Apoio indireto

A limitação do poder de fiscalização da Justiça Eleitoral nas prestações de contas dos candidatos em campanha, embutida na pretensa mini-reforma eleitoral que felizmente retorna ao Senado por ter sido modificada na Câmara Federal, podendo ser eliminada, é a prova do desprezo que os deputados federais demonstram pelas manifestações moralizadoras de junho. Dão razão aos black blocs.

Dúvidas

As dúvidas levantadas por economistas sobre a incapacidade da Petrobras de cumprir os compromissos assumidos (10% acima de sua previsão inicial) na licitação do pré-sal, precisam ser contestadas com números. Não basta a presidente da estatal afirmar que, tem plena capacidade, em contraposição a informações vazadas por fontes bem informadas, de que a Petrobras passa pelo seu pior momento. Por erros do próprio governo.

Em choque

As redes sociais voltaram a ser ocupadas pelos  atores de 2014: Dilma tem 1,999 milhão de seguidores no Twitter; Eduardo Campos aderiu ao Facebook e já conta  59 mil seguidores.