Heróis ou covardes encurralados!

A frase repercutida pela jornalista Dora Kramer, dita pelo deputado Chico Alencar, reflete exatamente o que ocorre na política brasileira. Quando não convém a um deputado ou senador  expor sua opinião para ficar bem com sua clientela, o melhor é aceitar um acordo  de lideranças; quando não,  uma votação secreta, em que o voto não será exposto. Daí a frase de Alencar: O herói é um covarde encurralado, referindo-se ao acordo que livrou deputados de votarem  a descoberto, o fim dos 14º e 15º salários, projeto que há muito tempo  tinha sido aprovado no Senado, e devidamente engavetado na Câmara, na base daqueles acordos em que nós aprovamos aqui e vocês seguram lá. Parte das inúmeras estratégias que fazem parte da malandragem política brasileira das quais participam  executivos, legislativos e até judiciários brasileiros. Pois não está aí o parecer do Procurador-Geral do Estado do Paraná, Júlio Zem (com M que com N é mais zen), respondendo a um questionamento da Associação dos Procuradores do Estado (classe à qual ele pertence) recomendando ao governo que autorize o aumento dos procuradores ao máximo do funcionalismo, R$ 26.723,12. Ele fica bem com a categoria, e Beto, se autorizar, mal com a opinião geral, cansada de ver  servidores públicos que servem mais a si próprios, com salários que fogem à regra geral salarial do trabalhador brasileiro. Pior foi o pedido de urgência do Procurador à reivindicação de sua categoria. Num momento em que, na Câmara e no Senado, preocupados com a imagem negativa a que se expuseram junto à opinião pública com as recentes eleições de dirigentes ficha suja, seus líderes procuram promover agendas positivas; em que o governo federal tenta mostrar, numa campanha milionária que, com algumas merrecas individuais está tirando milhões de brasileiros da miséria absoluta, categorias funcionais tentam aumentar seus já polpudos salários. Exemplo seguido por servidores da Câmara Municipal de Curitiba que pensam em levar para a aposentadoria, salários de marajás. Ave Collor!

Questão de direção

O grande problema vivido na Praça Nossa Senhora do Salete, em Curitiba, de um lado pelo prefeito Gustavo Fruet e de outro pelo governador Beto Richa, é semelhante, em direção contrária. Enquanto os que apoiaram Fruet procuram emprego na Prefeitura, em número muito maior que os cargos disponíveis, os que dela saíram  procuram abrigo no governo que apoiou a candidatura de Ducci, cuja derrota lhes custou o emprego.

Questionamento…

O sempre bem informado jornalista Celso Nascimento, levanta a questão: a eleição de Luizão (PT), prefeito de Pinhais para a presidência da Assomec seria inválida: primeiro por não ser prevista a eleição do mais velho em caso de empate; segundo por ter sido a eleição presidida por Jota Camargo, de Colombo que já deixara o cargo de prefeito. Tem lógica: em caso de empate, se o presidente fosse um prefeito na ativa, o desempate ocorreria pelo voto de Minerva.

…jurídico?

Ao fundo dessa disputa na Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba, o fato de ter sido apontada como uma preliminar da eleição governamental de 2014. A vitória do PT, creditada a Gleisi Hoffmann, irritou o governador Beto Richa. Daí a revanche que está sendo pedida. Resta saber onde encontrar um campo neutro. Hoje o presidente empossado da Assomec é do time de Gleisi. Resta saber que caminho os betistas tomarão para derrubar a eleição.

Em choque

Os curiosos caminhos da política eleitoral: derrotada em seu projeto de reeleição à Câmara Municipal de Curitiba, junto com seu marido o também vereador Juliano Borghetti (somaram as vidas mas não os votos), a jovem vereadora Renata Bueno, filha do deputado e presidente do PPS, Rubens Bueno, elegeu-se para o Parlamento Italiano, representando parcela do eleitorado oriundi da América do Sul. Um feito memorável de quem tem política no sangue!