Reformas urgentes

É numa hora como esta,  segundo turno de eleições municipais, momento do ‘salve-se quem puder’, que se constata friamente o quão pouco valem os partidos políticos. Quando seus dirigentes se  manifestam, as ‘bases’ já definiram suas posições. É só perguntar aos vereadores eleitos e também aos que não se elegeram mas conseguiram razoáveis votações, como ‘negociaram’! Consciente de que pode muito mas não pode tudo, o senador Requião adiantou-se em oferecer ‘em nome do partido que preside em nível municipal’, apoio a Ratinho Jr.. No que foi seguido por gente estranha ao ninho tucano-socialista (PSDB-PSB) que apóia Beto Richa no estado e apoiava Ducci em Curitiba, mas não quer correr o risco de ficar fora do poder municipal. Daí seguir agora ‘o chefe onde ele mandar’ (parece letra de música da carochinha que fica bem neste Dia da Criança em que a decisão foi tomada), embora tenham ficado de fora da candidatura de Rafael Greca, lançada por Requião. Doático Santos, Romaneli e outros voltam a ser requianistas de carteirinha. Reencontram Renato Adur e Marcelo Almeida que já estavam lá. Deixam Rafael Greca sozinho, anunciando apoio tardio, como se representasse algo a mais que os votos que detém desde o tempo em que era prefeito (apoiado por Lerner). Um dos maiores paradoxos da paradoxal política paranaense. Quinta feira surge a primeira pesquisa deste segundo turno. Pouco confiável na medida em que Ibope,  DataFolha,  erraram feio no primeiro turno. Salvaram-se pela margem de erro, para mais ou para menos, como convém a quem não tem certeza de nada. Uma das situações a serem corrigidas na leniente situação eleitoral brasileira. Como lembram políticos como Álvaro Dias, Pedro Simon, Cristovam Buarque, entre outras minorias, está mais do que na hora de votar a tão anunciada e jamais realizada reforma política. Que, para ser séria precisa contemplar situações como proibir pesquisas nos 30 dias anteriores a uma eleição!

Obrigatoriedade errônea

Um detalhe que tem ficado visível nas eleições: por conta da obrigatoriedade da transmissão dos programas eleitorais (ditos gratuitos!) apenas nas TVs abertas, as redes fechadas foram beneficiadas. Quem tem acesso a elas, migrou a audiência. Foi assistir canais fechados, voltando de vez em quando para ver se a Carminha já estava no ar com suas maldades.

Propaganda indireta

Noutro canal, enquanto o filho falava para um mínimo de gente disposta a assistir tais programas eleitorais (também por falta de acesso a canais fechados), o pai mantinha a sua grande audiência junto ao povão. Uma forma indireta de propaganda, na medida em que se sabe que artista, tanto quanto craques de futebol, têm prestígio. Que podem transferir. Daí terem acabado com os showmícios.

Lugar não fica vazio

Já se vê que mexer na legislação eleitoral, tanto quanto nas legislações penal e florestal, não é tarefa fácil. Nem se imagine unanimidade que na visão de Nelson Rodrigues, é burra. Mudanças que restabeleçam dignidade à atividade política que hoje anda meio desmoralizada. A ponto de dar espaço maior a gente de má índole. Os ‘bons’ preferem  ficar longe!

Sem pressões

Orçamento público deve ser sempre plurianual. Para ficar independente de quem esteja no comando do governo federal, dos estados e dos municípios. Maneira sólida de se evitar pressões políticas nas eleições de todos os níveis. Transporte público, transporte escolar, recursos para segurança, saúde, educação, não podem ser manipulados a favor ou contra, dependendo da posição política de quem se elege.

Em choque

Companheiros de governo no período de Jaime Lerner, dirigentes do Clube Atlético Paranaense divergem agora no comando do clube que vai receber recursos públicos para melhorar suas instalações (algumas dezenas de milhões de reais), para sediar quatro seleções que aqui disputarão a fase inicial da Copa do Mundo.