O que é isso, companheiro!
Dia desses o título desta coluna foi Toma lá, dá cá. Referência à cessão à pressão das lideranças das bancadas partidárias federais, cobrando a liberação de emendas que havia sido suspensa ao início do ano quando o governo anunciou corte nas despesas. O que no jargão governamental é contingenciamento. Quando projetos anti-crise precisaram ser enviados ao Congresso, veio o troco. A obstrução feita pela oposição proporcionou a oportunidade das lideranças negociarem a liberação das emendas. Com um acréscimo. Inclusive beneficiando a oposição que em outras circunstâncias teria dificuldade em vê-las liberadas. Agora o Plano Brasil Maior, que reúne medidas setoriais no enfrentamento da crise, cuja MP venceria no primeiro dia de agosto, obriga o governo a abrir os cofres. Para a oposição R$ 3 milhões. Para os situacionistas 4,5 milhões. A isso se chama chantagem, explícita que o próprio governo estimulou lá atrás com o mensalão. Mensalão que por sinal, agora que chega numa fase aguda, com o início do julgamento previsto, mostra que realmente existiu, ao contrário do que Lula tenta provar. Basta ver o clima de acusações mútuas que tomou conta do ambiente. Duda Mendonça acusa o publicitário Marcos Valério. Este por sua vez aponta José Dirceu como o organizador do esquema de distribuição de verbas. O ex-Chefe da Casa Civil tira o corpo fora e atribui o feito ao ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. Que por sua vez acaba apontando para onde todos os dedos se voltam quando a coisa aperta: a culpa é da imprensa. Esta, cumpriu sua missão: divulgou e detalhou a trapalhada que os companheiros fizeram. Pelas acusações recíprocas dá para perceber que o companheirismo petista não funciona nesta hora!
A perigo
O pedido de impugnação da candidatura de Ratinho Jr. e seu vice, na corrida à prefeitura de Curitiba por um correligionário que se sentiu prejudicado não prosperou. Deixou porém um alerta: o Programa do Ratinho, de seu pai, pode criar problemas. A lei eleitoral em seu artigo 45 proíbe entre outras coisas que um programa mesmo que preexistente, tendo o nome do candidato não poderá ir ao ar no período eleitoral.
Desistências
Já se tem como certas as desistências de vários vereadores da atual legislatura curitibana. Além de João Cláudio Derosso, sem partido (sua irmã será candidata), Paulo Frote (PSDB), Denílson Pires (DEM), Nely Almeida (PSDB), Algaci Túlio (PMDB), Caíque Ferrante (PRP), e o vereador Mário Celso (PSB), hoje secretário da Copa, anunciaram suas decisões.
Novas audiências
Novas denúncias divulgadas desta vez pela revista Época, podem determinar nova convocação do governador Perillo pela CPI do Cachoeira. Com o que não se opõe o senador Álvaro Dias, embora questione para perguntar o que! O que nós queremos é ouvir o Cavendish (empresa Delta), o Pagot, o Cachoeira e o Juquinha. Temos que avançar, afirma Álvaro.
De volta às aulas
Um fato curioso agitou o ambiente político curitibano, além das novas denúncias contra vereadores da Câmara local. Marcelo Araújo, hoje Secretário Municipal de Trânsito teve divulgado o número de pontos que tem em sua carteira de habilitação. Número alto (180) que ele conseguira eliminar com suas defesas. (O curioso é que pouca gente consegue o mesmo tratamento do Cetran e Jari’s). Agora ultrapassou novamente os 20 pontos. Entregou a carteira de motorista e vai freqüentar a escolinha como um cidadão comum, para reavê-la.
Em choque
Na safra de greves que agita os setores federais, um conjunto delas: todos os órgãos reguladores pararam suas atividades pedindo reajuste salarial de 22%. Ana, Anac, Anatel, Ancine, Aneel, ANP, ANS, Antaq, Antt, Anvisa, DNPM, estão total ou parcialmente fechadas. O que pode ocorrer é que algumas delas não façam falta. Eletrobrás e Defensoria Pública da União também param atividades.
