Advertência
O governador Beto Richa festeja os seus 74% de aprovação, passados apenas 11 meses de seu mandato em que admitiu, numa entrevista recente, não pode realizar tudo o que sonhava. Já mostrou, segundo ele, um estilo diferente, conciliador, que domina hoje o Estado do Paraná, como demonstram as indústrias que já assumiram compromisso e outras que manifestam interesse em aqui se instalar, além das recentes autorizações de serviços rodoviários feitas em comum acordo com concessionárias de pedágio, com as quais o governo até agora só brigara, sem resultados. Já a presidente Dilma, embora sem o resultado excepcional que Lula obtivera, talvez até em função da herança que recebeu e que a obrigou a colocar uma porção de gente para fora do governo, também tem o que comemorar: excelente aprovação. Parte dela inclusive pelas medidas moralizadoras que tomou! Já os vereadores do Paraná (e o resultado deve ser parecido em todo o país), sofrem um não acachapante nas pesquisas. O que é ruim para a democracia, admitem especialistas. Mostra que para o povo, o que vereadores custam aos erários públicos, é dinheiro jogado fora. No Paraná, os 3.698 vereadores custam R$ 124,1 milhões. Por isso se diz que a democracia é um sistema político/administrativo caro. A coluna que sempre criticou a democracia que se pratica por aqui, entende que a depender da opinião pública, estamos longe do sistema ideal. Esse porém só virá quando tivermos um país culturalmente maduro. Por enquanto temos que nos contentar com nossa posição de Belíndia: uma cruza do que a Bélgica tem de mais avançado e o mais atrasado da Índia. Os vereadores brasileiros porém, deveriam assimilar os números dessa pesquisa divulgada como advertência.
Crescimento…
Oscar Niemeyer Soares Filho, quando projetou Brasília a pedido de Juscelino, pensou em tudo. Até nos prédios que além dos palácios, do Planalto para sede da presidência e do Alvorada, para o vice, e dos destinados aos poderes legislativos e judiciários, inúmeros prédios para abrigar os Ministérios.
…imprevisível
O que Niemeyer não imaginava é que em 2011, a dimensão do governo, sem considerar os adendos, fosse chegar a 38: ministérios e secretarias com status. Lamentavelmente, informações de agora não confirmam a de dias atrás: Dilma, que anunciara encolher o gigantismo do governo, situação que está levando países consolidados à falência, já não fala mais no assunto.
Maior é melhor
Reduzir governo é comprar briga com os políticos favoráveis ao quanto maior, melhor: espaços para instalar seus cupinchas. Mesmo que à custa de uma carga tributária fantástica que está levando o brasileiro ao desânimo: carga chamada custo-Brasil que engloba a corrupção que assola o país.
Esperança…
O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, faz coro com o Ministro Chefe da Procuradoria Geral da União, Jorge Hage. O primeiro garante que não há como tirar do STF o julgamento dos envolvidos no mensalão, embora as protelações tentadas pelos caros escritórios de advocacia contratados por esses.
…ainda que tênue
Jorge Hage vai na mesma direção. Defende inclusive que sejam alteradas as regras que permitem as inúmeras de julgamento de criminosos de colarinho branco. Há uma infinidade de tergiversações que não permitem que tais julgamentos cheguem ao final, nunca! Isso tem que mudar, defende!
Em choque
A aprovação da Emenda 29 nos termos propostos pelo governo, olhados os números, comprova a imensa discrepância entre as responsabilidades de executivos, federal, estaduais e municipais. Em 2000, o governo central respondia por 60% dos gastos públicos em saúde. Os estados, 18% e municípios, 22%. Mesmo com a enorme centralização dos recursos em Brasília, inverteu-se: em 2008 os números eram: 43%, federais, 27% estaduais e 30% municipais. E ainda chamam a isso de Federação!
