Episódio infeliz

O assunto é complexo. Por isso mesmo passível a interpretações diferentes. No entanto se considerada a tendência demonstrada por outros governos, parece ser uma tentativa de solução de graves problemas em que a administração pública tem se dado mal. A referência é à tentativa do governo do Paraná de terceirizar alguns setores, inclusive na área de saúde, projeto que provocou uma reação inesperada, partindo de quem partiu. Justificando críticas fundamentadas da imprensa, da sociedade e de deputados da situação, na medida em que, o que aconteceu foi inaceitável. Usar gente como jovens estudantes (de que nível?), como massa de manobra, dando uma demonstração de que não sabem o que é um regime democrático que tanta gente lutou (inclusive a presidente Dilma) para que estivesse sendo usufruída por eles é inconcebível. O que aconteceu na Assembleia Legislativa na segunda-feira ultrapassou o limite do tolerável. Pela sujeira que promoveram no Plenário da Casa, inclusive da civilidade. Uma cena digna de baderneiros, não de estudantes, sindicalistas e até funcionários de gabinetes de parlamentares. Episódio que poderia ter-se transformado num campo de batalha, não fora o bom senso da direção que mais uma vez mereceu o aplauso das pessoas equilibradas. Tivessem os dirigentes da AL usado a força, quase justificável pelas provocações de que deputados foram alvo, estaríamos hoje criticando dirigentes e parlamentares. Ao agirem com serenidade, expuseram os baderneiros à execração pública. Se punições ocorrerem, inclusive a funcionários, serão justificadas. O episódio expõe  o quanto o limite entre o contraditório, amplamente aceito no regime democrático  e a baderna, é estreito, quando os argumentos deixam de ser a arma usada.

 

Críticas

A reação da imprensa curitibana foi quase unânime. Críticas duras foram feitas ao comportamento dos baderneiros que emporcalharam o plenário da AL, incitados por sindicalistas e até deputados da oposição através seus assessores. Nem a reprimenda dada pelo líder do PT, Enio Verri, que antes aplaudia a manifestação enquanto democrática, salvou da crítica os oposicionistas.

 

Inocentes úteis

Para a imprensa muitos dos que participaram da baderna nem sabiam a que estavam ali. Cenas como um punhado de papel atirado ao deputado Stephanes Jr. ou o pedido de um jovem ao pastor Prazick para que o agredisse, foram deploráveis. Até por que o PT, que participou da incitação, como lembra em sua coluna o bem informado Fábio Campana, em inúmeras situações identificadas por ele, utiliza o apoio de OSs para realizar tarefas que caberiam a seus governos. Exatamente o tema do projeto que o governo Beto fez aprovar.

 

Comportamento bizarro

Infeliz também foi o fato de vereadores curitibanos, alguns de larga vivência pública, terem tido um comportamento grosseiro diante de dirigentes de uma Universidade italiana que visitavam a Câmara Municipal a convite da vereadora Renata Bueno, com quem mantém rixas pessoais. Dando chance a que a referida fizesse um pedido formal de desculpas à colônia italiana paranaense, pelo comportamento pouco civilizado de seus pares.

 

Canário na muda

Canário na muda não canta, ensinam os ornitólogos. Encerrado o ano daqui há 24 dias, um ano eleitoral terá início. Ano que em Curitiba se prenuncia difícil pelo andar da carruagem. Os acontecimentos recentes do cenário nacional, especialmente em relação ao PDT, ainda não têm suas conseqüências medidas. Razão do silêncio de gente como Osmar Dias, líder estadual do partido e do possível candidato a prefeito curitibano pelo partido, Gustavo Fruet.

 

Em choque

Fruet trabalha em silêncio. Já Ratinho Jr. está ativo. Leva a sério a intenção de disputar a prefeitura curitibana. Apesar da manifestação de seu PTB em favor de Luciano Ducci, o deputado Fábio Camargo não desiste. Quer por que quer, ser candidato!