Pires na mão

Para quem acha que vida de prefeito, de deputado, é só festa e oportunidade de  meter a mão no jarro, uma informação: neste final de ano como em todos, exceção feita ao governo de Jaime Canet Jr.  que  criou um sistema diferente de administrar em que os compromissos assumidos eram antecipados, claro que  em outro momento  e talvez por sua característica de seriedade, sem contestação  sobre a validade das licitações, não é difícil encontrar prefeitos em Curitiba ou Brasília. Atrás das verbas definidas em orçamento, ou nas emendas de deputados e senadores. Verbas que nunca foram cumpridas. Por isso se diz que o Orçamento, especialmente o federal, é uma peça de  ficção. Menos no DRU, instrumento que autoriza o governo a aplicar 20% da arrecadação no que quiser.

Não é de somenos. Mais de R$ 62 bi. Isso se a arrecadação se comportar como no ano anterior, o que a se julgar pela fantástica carga tributária que segundo o Joelmir Betting já ultrapassa os 40%, vai ser uma festa. Como diz ele: carga tributária de Finlândia e serviços de Tanzânia. Como vem aí um período eleitoral, imagina-se o que vai ocorrer! Já não basta o empenho do governo em manter a fantástica estrutura de apoio, no Congresso, a custa de fazer vistas grossas aos problemas que acontecem no Ministério do Trabalho e agora das Cidades, empenhado apenas em aprovar a DRU, o que certamente compromete a imagem de austeridade que a presidente Dilma criou,  confrontando  ao início de seu governo, as inúmeras vezes que Lula enfiou para baixo do tapete as malfeitorias, tipo mensalão. Os prefeitos, e ocorre no Brasil inteiro num país de economia centralizada em Brasília, numa inversão de valores na medida em que os impostos são gerados nos municípios, nesta época vem atrás de  recursos com que honrar os compromissos, inclusive o décimo-terceiro de folhas de pagamento, por vezes infladas por compromissos assumidos em campanhas que em 2012 se renovarão .

Ataques…

Tempo de ataques e defesas: o depoimento do ex-superintendente da APPA (portos de Paranaguá e  Antonina) na CPI, foi conflitante. Ao mesmo tempo em que diz que a compra da draga foi determinada  pelo governador Roberto Requião, defende-se na escolha de empresa que oferecia preço superior num contrato de R$ 45 milhões e que tinha apenas R$ 50 mil de capital.

…e defesa

Situação complicada também vive o Bibinho (Abib Miguel), por mais de 20 anos Diretor Geral da Assembléia,  período em que supostamente R$ 200 milhões foram desviados. O laudo psiquiátrico feito pelo IML, descarta também  supostos problemas mentais apresentados em outro laudo de médico particular.

Abalos

Certamente, os abalos sofridos pelo ex-diretor da AL pelas denúncias levantadas por uma rede de comunicação e que determinaram sua queda da poderosa situação que desfrutava e conseqüente prisão,   seguidas de um problema pessoal gravíssimo em que seu filho se envolveu, abalariam qualquer pessoa. O que não o impede, segundo a avaliação psiquiátrica de responder juridicamente pelos seus atos.

Promessa…

Pela primeira vez em muitos mandatos, a bancada paranaense em Brasília consegue repassar grande parte das emendas coletivas da LOA, para projetos previstos no programa de governo do Estado. Nada menos que R$ 1 bilhão, 130 milhões. Falta apenas convencer o governo federal a repassar  esses  valores ao Paraná.

…não é dívida

Para que se tenha uma ideia, confirmando o dito acima de que Orçamento é peça de ficção, de R$ 262 milhões de 2010, R$ 82 milhões foram empenhados, isto é, reservados no orçamento o que ainda não garante execução. O Rio Grande do Sul teve empenho de R$ 130 milhões, de R$ 344 milhões de emendas coletivas.

Em choque

Isso que o Paraná tem hoje 3 ministros – Paulo Bernardo, Gleisi e Gilberto Carvalho. Melhor desempenho,  Ney Braga sozinho, quando ministro de Geisel, alcanço!