Opinião manipulada

O tempo eleitoral na Região Metropolitana de Curitiba é tão inconstante quanto o que se vive no dia-a-dia onde nem a meteorologia consegue acertar de um dia para outro, como provam as previsões divulgadas pelos veículos de comunicação. Mesmo com os recursos  de hoje, baseados  em satélites,  que faltaram ao professor Iwamoto (UFPR). Da mesma  forma, quando apenas dois ou três confiáveis institutos de pesquisa existiam, um fenômeno acontecia. Em períodos eleitorais, resultados por vezes não imaginados apareciam. À medida que candidaturas se confirmavam e as campanhas avançavam, eram depurados. Ao se aproximarem as eleições a realidade se mostrava. Nos dias anteriores ao pleito, já se podia apostar no resultado final. Inclusive a pesquisa boca de urna quase sempre acertava. Daí hoje estar em discussão a validade das pesquisas antecipadas, inclusive colocando em dúvida a credibilidade dos muitos institutos existentes. Números levantados, registrados no TSE, com dados sobre pesquisados,  público atingido por faixas sociais e etárias,  têm sido fraudados. Há projetos no Congresso proibindo divulgação de levantamentos de opinião realizados até um mês antes da eleição. Tanto quanto a compra de votos, programas eleitorais com informações falsas ou fantasiosas,  e outros artifícios que podem mudar o resultado de uma eleição, a pesquisa pode ser um fortíssimo instrumento de manipulação. Num país de gente desinteressada, só não vale perder o voto.  Houve no Paraná, um instituto fundado pela irmã de um candidato a governador, impugnado pela visível intenção de fraudar números. Em livro que publiquei sobre folclore político uma estória de 1998 é contada em que o personagem era a pesquisa da época. Em matéria de eleição é melhor ser sempre como São Tomé! 

 

Safra de verão político

Na agricultura o  período é farto em informações sobre a safra de verão: soja, milho e outros que tais. Também de especulações sobre o futuro político das cidades do Paraná (e do Brasil). Os donos de empresas de pesquisas estão em plena safra. Colhendo informações nem sempre verdadeiras.

 

Ocupando espaços

O espaço cedido pelo TRE ao PDT foi inteiramente ocupado pelo quase certo candidato do partido à prefeitura de Curitiba: Gustavo Fruet. Mostrando suas boas qualidades de comunicador que ficarão mais visíveis a partir do meio do ano que vem. Da mesma forma que os espaços do PSC serão ocupados pro Ratinho Jr., cuja candidatura, a se confirmarem informações do vizinho de coluna Aroldo Murá, poderá ser substituída por Fábio Camargo (PTB).

 

Meu nome é …

Enquanto isso o atual prefeito curitibano, Luciano Ducci, candidato à reeleição,  ainda sem imagem própria (é para muitos o sucessor do Beto) anuncia obras e mais obras. Talvez plagiando o falecido Carvalhinho possa adotar o slogan que aquele cunhou: Meu nome é trabalho. A se confirmarem os recursos do PAC, que os coxas andam gozando em Curitiba ter-se transformado em CAP, muitas ainda serão feitas.

 

Belíssimo exemplo

Não dá para passar sem uma referência o momento vivido pelo programa Bom Aluno, que os empresários Chico Simeão e (Luiz) Bonacim de há muito bancam, e que tem servido de exemplo para outros, Brasil afora. Dos 500 candidatos que se inscreveram para a bolsa neste ano,  23 serão acompanhados até o nível universitário. Para esses jovens de escolas públicas, Papai Noel chegou mais cedo!

 

Em choque

Justiça protelatória: um pedido dos advogados do presidente da Câmara curitibana, Caio Derosso, foi negado pela Justiça: sigilo para o processo, visando salvaguardar sua honra e imagem. Em compensação, o processo, por determinação do juiz Jailton Juan Carlos Tontini,  foi suspenso em função da licença da presidência solicitada por Derosso, só devendo ser retomado depois de decorridos os 90 dias.  Tempo suficiente para Derosso sair da vitrine.