Caminhos do desastre
O brasileiro olha para os problemas do mundo com um certo ar de satisfação, quando não de vingança. Afinal o Brasil em tempos não tão distantes foi olhado com desdém pelos países tidos como mais evoluídos. Hoje se tem aqui uma posição mais confortável. Preocupante porém! Não se está tendo em conta os gastos excessivos de um governo que, pelos problemas que tem exibido com queda constante de ministros apanhados com a boca na botija, se tem uma aprovação por situações especiais, está longe de merecer a confiança da classe média mais informada. A aprovação pessoal do dirigente máximo, medida circunstancialmente, não se estende a toda a classe política. E o governo faz parte dessa classe, hoje pejorativamente classificada pela população. Não se vê interesse em mudar o rumo dos acontecimentos, embora os próprios governantes sejam prisioneiros de partidos fundados com o único objetivo de ter acesso ao poder e às suas benesses. Vamos exemplificar com o momento presente: um ministro (mais um) que é olhado com desconfiança inclusive dentro do próprio Palácio do Planalto, onde já não goza do mesmo respeito, sangra, sem que a titular do governo tenha coragem de dispensá-lo. Isto por que ele parece ainda representar 26 votos na Câmara e o governo precisa deles para aprovar projetos de seu interesse. Pagando alto pedágio por esse apoio político imoral. Se os partidos tivessem convicção ideológica e não apenas fisiológica, os próprios companheiros do ministro em questão, seriam os primeiros a repudiá-lo. A gravidade do fato reside exatamente nisso: a Itália, em momentos de prosperidade, não se deu conta que ser governada por coalizões corruptas e ineficazes, a estaria levando ao desastre. Não há democracia que resista por muito tempo ao descrédito de uma população.
Pequena mas, significativa!
Mais uma marcha contra a corrupção. Em Curitiba, mesmo com chuva que pela segunda vez prejudica movimentação maior, reuniu poucos manifestantes gritando palavras de ordem. Pelo andar da carruagem o Brasil começa finalmente a se indignar com a perda de 2,3% de toda a riqueza produzida no país (uma fábula de dinheiro), drenados para os dutos da corrupção.
Só eu!
A dona da agência Oficina da Notícia, jornalista Cláudia Queiroz Guedes, casada com o presidente Caio Derosso, fez um depoimento a caráter, em plena segunda-feira, véspera de feriado. Testemunho recheado de subterfúgios que deixam no ar comprometimentos, não só da assessoria jurídica da Câmara mas, igualmente, de vereadores. Deu a entender que não recebeu todo o dinheiro!
Desistências
Esse rumoroso caso de milionários gastos publicitários da Câmara curitibana, na gestão de Derosso na presidência que já dura 14 anos, caminha para o perigoso caminho da galhofa, diria Stanislaw Ponte Preta. Dois vereadores de oposição ameaçam deixar a CPI por improdutiva e coercitiva, deixando o assunto restrito às investigações do Tribunal de Contas e do Ministério Público. Algumas ironias da jornalista/esposa em seu depoimento, não vão pegar bem entre os que não são da panela!
Programa improdutivo
A imprevidência pode ser apontada como uma das principais causas de fracasso de programas sociais lançados com bumbos e foguetes pelos governos. No caso do UCA (Um Computador por Aluno), programa federal, além de não atingir ainda mais do 0,3% dos mais de 41 milhões de alunos da rede pública, a falta de assistência técnica faz com que grande número de aparelhos esteja inativo. Não bastam boas intenções!
Em choque
A Folha de São Paulo publicou um be-a-bá do estilo Dilma de governar. Inclusive mostrando os pontos que assessores devem cuidar para não serem atingidos pelo humor ferino da Presidenta. A conferir se as explicações dadas pelo ministro do Trabalho depois do fim de semana de tiroteio, surtiram efeito. Pelo jeito, nem declarações de amor salvam Lupi!
