Impostos antecipados

Um bom serviço a Associação Comercial de São Paulo vem prestando a todos os brasileiros. Ao implantar o seu Impostômetro que acompanha diuturnamente o que se arrecada de impostos neste país nos três níveis – federal, estaduais e municipais – deixa bem claro ao contribuinte o quanto ele está sendo sugado pela via dos impostos; aos quais ninguém está imune. Verdade que os mais ricos sentem menos a pressão, embora teoricamente devessem pagar mais. Ocorre que bem assessorados por excelentes escritórios especializados, acabam privilegiados. Já os de menor posse, por serem os impostos embutidos nos preços dos produtos que consomem, desde o feijão (quando têm) não conseguem fugir. Quando no dia 13 de setembro, 35 dias antes do que se registrara em 2010, o sino do Impostômetro bateu no 1 TRILHÃO DE REAIS (assim mesmo, com letras maiúsculas), ainda  muita arrecadação vai acontecer. Nestes próximos 109 dias que faltarão até o final do ano, aquecidos comercialmente pelos Dia da Criança e  feriadões da Padroeira e da República,  em meio de semanas, imagine-se o que os governos arrecadarão! A pergunta que cabe: fora Dr. Ulisses e uma dúzia de municípios menores no Paraná em que a arrecadação vai ser a mesma, o que será feito dessa dinheirama a mais que os governos vão arrecadar? Melhorias na saúde: não! Para isso um novo imposto está sendo gestado! Na educação? Na segurança? Na infraestrutura? Queira Deus não seja para o aumento do número de vereadores, de deputados, em câmaras e assembléias pelo país afora. Nessa área a pressão popular, pelo menos em Maringá, linda cidade do norte do Paraná, surtiu efeito. A Câmara local  não permitiu que o número de vereadores subisse de 15 a 21 representantes. Tomara  repercuta em todas as outras.

 

Má aplicação

Não sendo economista, ao colunista como com certeza à maioria dos leitores, fica difícil entender no que o aumento de arrecadação vai influenciar em gastos governamentais. Se fosse para ser aplicado na saúde (sem nova CPMF), na educação (os índices do Enem provam que estamos mal), na segurança (a criminalidade aumenta a cada dia), tudo bem! Parece não ser essa a realidade!

 

Realidade política

Quando se vê que os EUA também não fogem à realidade política,  republicanos se opondo a um projeto do presidente Obama visando gerar empregos para não colocar azeitona na empada da reeleição deste, não se entende a política brasileira. Parceiros em Brasília, o PT e o PMDB não se acertam aqui na província. O salve-se quem puder, fala mais alto!

 

Vocação governista

Enquanto o PMDB (herdeiro das tradições de Ulisses e Tancredo dos idos de 1950 – ex-PSD), governista no DNA, acerta-se com Beto Richa, embora lá em Brasília esteja composto com Dilma, por aqui, cooptado pela vocação governista, diverge de seu parceiro natural. Resta saber se em 2014 continuarão os peemedebistas locais no apoio à reeleição de Richa, se em nível nacional a dobradinha Dilma-Temer for mantida.

 

Contraposição

Em seu Fórum Nacional o PMDB contrapõe-se fortemente a decisões tomadas pela convenção nacional do PT. Enquanto esta preconizou o controle da mídia (medida desnecessária pois estão as grandes redes cooptadas pela verbas federais de comunicação), o PMDB vai fazer hoje em seu Fórum Nacional a apologia da desregulamentação da mídia.

 

Complicadores

Fica cada dia mais complicada a situação municipal eleitoral de 2012, em Curitiba. As denúncias que a cada dia vêm à tona, agora mais uma vez contra o ministro do Turismo (que de turismo só entende  incursões pelos motéis de São Luiz) e agora também contra o presidente do PDT, ministro do Trabalho, diminuem as opções de Gustavo Fruet, reconhecidamente um político ético.

 

Em choque

Do deputado Eliseu Padilha, coordenador do Fórum do PMDB: Regulação da mídia não se incorpora às práticas das democracias modernas.