Iniciativa perigosa

Só faltava o que o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) propõe em seu relatório sobre a Reforma Política: as empresas estatais poderem financiar campanhas políticas! Significaria criar um mensalão oficial. Não bastasse o fato já analisado por esta coluna de, no governo Lula mais ostensivamente, as verbas publicitárias de organismos que em realidade nem precisariam anunciar seus produtos, caso da Petrobras por deter o monopólio na extração, refino, compartilhando distribuição, gastar bilhões em propaganda. Monopólio que  só foi aberto a  empresas internacionais à partir do momento em que Paulo Maluf com a sua Paulipetro a questionou. Curiosamente, dali para a frente, a estatal com a criação das PPPs (sistema público-privado)  começou a produzir mais. Essas verbas, acrescidas das do BB, Caixa (que em matéria de propaganda rivaliza com as Casas Bahia), segundo informações veiculadas ao final do governo Lula teriam atingido R$ 8 bi em 8 anos, amordaçando a opinião das grandes redes de comunicação. Pelas mãos do então Secretário Franklin Martins, que defenestrado à partir do início da presidente Dilma, já se anuncia como retornando ao cargo. Sinal evidente de que a sua experiência em manipular os veículos mais populares, está fazendo falta num momento em que as mazelas do governo Lula estão vindo a público. Curiosamente tais denúncias são feitas pelas revistas semanais e jornais não comprometidos. Pela repercussão que alcançam, obrigam até as grandes redes a dedicar a elas algum espaço. Se oficializado o direito de tais estatais de investirem seus recursos em campanhas eleitorais, ninguém mais tira os atuais mandatários  do poder e, a tão apregoada alternância no poder, um dos apanágios da democracia, estará irremediavelmente comprometida.

 

Incompetência punida

Um dos motivos para que se questione a liberalização dos contratos em obras governamentais, já fica visível. Contratada sem licitação a obra de ampliação do aeroporto de Guarulhos (SP) foi sustada pela Justiça. A justificativa de que se tratava de obra emergencial foi contestada em juízo. A explicação: a obra já era emergencial há muito tempo e só não ocorreu anteriormente por inércia do governo.

 

Resguardo

Se a moda pega e a impugnação proposta pela Advocacia Geral da União em relação à liberalização das obras da Copa e das Olimpíadas, por inconstitucional prospera, as obras para tais eventos esportivos, correm risco. Em contrapartida o dinheiro público fica mais resguardado.

 

Falsa desistência

Para os menos versados nas artimanhas da política, as notícias sobre a desistência do governo federal em recriar a CPMF podem impressionar. Os mais vividos nessa área percebem que simplesmente a presidente Dilma está repassando  o tema para os governadores. Já seriam 13, entre os 27 do país, pressionando seus parlamentares para votarem pela criação do imposto que supostamente (como aconteceu com a Contribuição criada por pressão do ministro Adib Jatene) acudiria a saúde pública no Brasil, hoje num corredor do SUS. Dizer que ela está na UTI seria dar muita qualidade a ela.

 

Pela cartilha

O governador Beto Richa segue a cartilha de seu partido, o PSDB. Afirma ser mais defensável (para aumentar os recursos à saúde) a proposta do líder peessedebista  na Câmara, deputado Duarte Nogueira, preconizando aumento na alíquota do IOF e corte nos gastos públicos. De qualquer modo uma solução que mexerá na conta bancária do brasileiro.

 

Em choque

No conjunto da obra (participação estadual no Enem) o Paraná até que não se saiu tão mal: ficou em oitavo lugar. No particular, isto é, nos resultados individuais obtidos por escolas, no item escolas públicas ficou em segundo no sul do país com a classificação do campus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. No geral no Estado, as escolas particulares tiveram melhor desempenho.