Dinheiro existe!

Um questionamento levantado pelo deputado paulista Vanderlei Macris (PSDB), coloca uma discussão hoje em evidência nos seus devidos termos. A tentativa da presidente Dilma em não se responsabilizar pela criação de novo imposto para a saúde, em substituição à famigerada CPMF que de provisória passou a definitiva, e que custou o pedido de demissão de seu autor o prestigiado médico Adib Jatene, do Ministério da Saúde que ocupava, transfere aos governadores a autoria da reimplantação. Para o deputado Macris a Câmara deve aprovar a regulamentação da emenda 29 e a fonte de financiamento quem tem que arrumar é a presidente. É perfeitamente possível cortar o excesso de gastos públicos e garantir os valores. Quando se sabe hoje que de um terço do orçamento anual do Ministério dos Transportes (R$ 15 bi) avaliado pela Controladoria Geral da União constatou-se o desvio de R$ 682 milhões, além de muitas outras irregularidades de outros ministérios,  muitos dos quais infelizmente a anunciada pretensão  moralizadora do governo não atingiu, concorda-se com a tese do deputado. De fato se extinta a corrupção, sobrará dinheiro para a saúde, educação, segurança e tudo o mais. O difícil é acabar com essa cultura que tem muito a ver com a impunidade. Como uma coisa leva a outra, é preocupante outra discussão que começa a tomar corpo: a retirada do direito de intervenção do Conselho Nacional de Justiça em ditar normas aos Tribunais de Justiça do país. É visível a mudança ocorrida nos judiciários desde que o Conselho foi criado. Um controle externo salutar. Aqui no Paraná inclusive, como fato mais visível, fica o exemplo da suspeita de superfaturamento nas obras do anexo do TJ. Só depois do aval do CNJ cessaram as suspeições. Assunto a ser tratado com extremo cuidado!

 

Preocupação adicional

A corrupção que no Brasil parece ser endêmica, se já prevalece em circunstâncias normais, com as exigências de licitações que podem assim mesmo acabar em escândalos como os do Ministério dos Transportes, vai ser ainda mais preocupante se vingar a liberação concedida pelo Congresso e referendada pelo Governo para obras da Copa. Resta torcer que a tese da inconstitucionalidade levantada pela Advocacia-Geral da União, vingue.

 

Para pensar!

Trecho de entrevista do juiz grego Papageorgioy Panagiotis a Alexandre Costa Nascimento sobre as raízes da crise grega: A Grécia se acostumou a pegar empréstimos com juros altos. O endividamento para a realização dos Jogos Olímpicos (em Atenas – 2004) pesou muito. Os políticos deveriam ter previsto isso, mas só perceberam quando era tarde.

 

Nada a acrescentar

Para afirmar o óbvio, que não se pode condenar ninguém sem o julgamento definitivo, única manifestação do governador Beto Richa em relação às denúncias que envolvem o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (também do PSDB), era preferível que mantivesse a discrição sobre o assunto mantida até quarta-feira (7/9).

 

Vocação antecipada

A depender do prefeito paulistano Gilberto Kassab, fundador do PSD (ainda não oficializado pelo TSE), o partido em Curitiba estará na base de apoio do prefeito Luciano Ducci (PSB), candidato à reeleição. Embora em nível nacional Kassab anuncie  apoios eventuais ao governo da presidente Dilma, a verdade é que estará nele de corpo e alma. Com aval do governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), seu grande incentivador.

 

Em choque

O novo partido por sinal, poderia adaptar o slogan do saudoso Abelardo Barbosa – O Chacrinha: Eu não vim para mudar! Eu vim para confundir! No caso, ainda mais, a já conturbada vida  partidária brasileira. Com 28 partidos e outros em formação, adesões da esquerda à direita, o que esperar do novo PSD! Seu antecessor na metade do século passado, com figuras como Ulisses, Tancredo, sempre foi governista.