Mensalão maior

Não há como desqualificar as denúncias que Paulo Roberto Costa está fazendo ao Ministério Público e à Polícia Federal, numa tentativa de ser beneficiado com a delação premiada. Não quis ele seguir o caminho de Marcos Valério, operador do mensalão que quando tentou esse benefício que a lei concede, para reduzir a sentença  que fatalmente sofreria, era tarde: o escândalo já vazara. Acabou condenado a  40 anos de prisão, quando os que foram os verdadeiros artífices, em alguns meses já estarão na rua. O que não foi levado em consideração é que Marcos Valério foi introduzido no governo pelos que tinham poder para isso. Caso de Paulo Roberto. Desde 2004 quando foi indicado para o cargo de diretor da Petrobras, foi estimulado a praticar atos ilícitos para beneficiar os que no governo e no Congresso, lhe davam sustentação. Segundo seus depoimentos, o próprio então presidente Lula frequentemente tinha reuniões com ele: para tratar do que?é a pergunta que não cala! De lá até 2012 quando foi denunciado, “deitou e rolou”! Sempre dividindo com alguém as benesses. Segundo ele, para políticos como o João Vacari Neto, tesoureiro nacional do PT, o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, e uma infinidade de deputados, senadores e até governadores, 3% dos contratos. Dizer agora que isso não passa “de uma reportagem (revista Veja) que não lança suspeita sobre seu governo, na medida em que ninguém foi oficialmente acusado”, como afirmou Dilma, é repetir a postura evasiva de Lula quanto ao mensalão. Prometeu provar que não existiu: tentou? Não! Terminado o governo esqueceu a promessa. Não dá para fechar os olhos. Mesmo que seguindo a trilha das investigações que ao chegarem ao Supremo levarão anos até serem julgadas (o mensalão começou em 2005), esse escândalo vai colocar o Brasil em posição ainda pior no índex dos mais corruptos do mundo.

Socializando as estatais

A coluna sempre teve uma visão crítica das empresas estatais. Elas surgem para resolver determinado problema, e acabam pelo envolvimento político, reduto de dirigentes cuja única qualificação para o cargo é a filiação partidária, prestando-se a toda espécie demalfeitoria. É assim com a Petrobras, até governos atrás, discutívelmas defendida pelos brasileiros. Foi assim com os Correios, com o BNDES e outros. Todas estão fatiadas entre partidários. Até o Banco do Brasil e a Caixa. Daí a dúvida sobre se vale a pena governo manter estatais. Faria melhor se cuidasse bem do que realmente lhe diz respeito: educação, saúde, segurança e normatização de infraestrutura. Em outras áreas só criar normas e fiscalizar suas aplicações.

Privatizante, quando convém!

O governo atual petista, seguindo o exemplo de outros que desde Collor vêm privatizando empresas estatais, privatização que antes de Lula assumir era satanizada pelo partido, privatizou dois bancos, duas hidrelétricas e três aeroportos. As hidrelétricas privatizadas (Jirau e Santo Antônio) pelas dificuldades ambientais enfrentadas, não tem ainda garantia de funcionamento; o próprio governo, através dos órgãos ambientais (além dos indígenas) , tem criado os maiores problemas para a conclusão.  Já os aeroportos, com a Infraero como sócia, é o que se sabe!

Burocracia a favor

A respeito de burocracia governamental, da qual o Brasil é pródigo, dificultando a vida de quem quer investir no país, uma informação a que o colunista teve acesso, através um jovem amigo da família. Conta ele que na Suécia, onde hoje vive como funcionário de grande empresa local, o governo, ao contrário do que acontece por aqui, facilita o empreendedor. Todos os que resolvem abrir seu próprio negócio, recebem assessoria gratuita de uma entidade do governo. Facilitando inclusive a pequena documentação exigida. Uma espécie de Sebrae  governamental. Por aqui, “cria-se dificuldade, para vender facilidade”; frase do Afif Domingos, antes de ser ministro.

Moralização política

Uma das mudanças de melhor efeito na legislação eleitoral brasileira, seria a coincidência de mandatos:  de vereador a Presidente, eleitos numa única eleição de 5 em 5 anos. Reduzindo igualmente o mandato de senador para igual período. Isso de vereador candidatar-se a deputado, senador ou governador; deputado candidato a prefeito; senador candidato a governador ou Presidente, em meio aos mandatos, sem sequer precisar se desincompatibilizar ou renunciar, como deveria ocorrer, é um acinte. À atual situação chama-se “oportunismo político”. Requião, Gleisi, Aécio, se derrotados continuam senadores!