A necessária inovação do dia-a-dia

Inove sempre que puder. Mas, principalmente, quando não puder – Henrique Szklo

Semana passada participei do 5º. Congresso Paranaense das Cidades Digitais, em Curitiba. Em pauta, apresentação de cases de diversos municípios que estão investindo em tecnologia e oportunidades de inovação para cidades de todos os portes.

E, sim, é absolutamente necessário o investimento em tecnologia e inovação na Gestão Pública. E, com a velocidade que observamos no desenvolvimento tecnológico nos últimos anos, eu diria mais: é urgente também.

As alterações demográficas, tecnológicas, econômicas e ambientais que temos verificado ao longo dos últimos anos impactam severamente o planejamento e a gestão das cidades. Mais de 85% da população brasileira vive em áreas urbanas, e por isso, somente tornar as cidades cada vez mais resilientes e inteligentes poderá garantir, a longo prazo, um desenvolvimento sustentável eficaz e qualidade de vida aos seus cidadãos.

Embora as amarras jurídicas e burocráticas dificultem o processo (imaginem que a Lei 8666, que rege licitações e compras públicas, é de 1993 – tem 24 anos) muitos gestores estão trilhando este caminho, e com ótimos resultados.

Desde a eliminação de papéis, passando transparência na resposta ao cidadão, gestão de trânsito, segurança, são inúmeros os exemplos das chamadas smart cities.

Mas não basta investir em equipamentos sofisticados e computadores de última geração. É necessário inovar em processos, treinar pessoas, ousar em modelos de gestão.

As pessoas estão sendo bombardeadas por novas tecnologias diariamente, as novidades não param de surgir, e querem ver isso também na gestão de sua cidade. Querem ter a mesma facilidade que têm para pagar uma conta com seu smartphone quando precisam pagar uma taxa de serviço público. Querem agendar uma consulta no postinho como se agenda uma hospedagem no hotel. Querem requisitar seus serviços sem precisar de inúmeros cadastros repetitivos, com papéis a serem entregues e carimbados em diversas repartições. Espera reconhecer gestores que buscam alternativas inovadoras para os seus municípios.

Elas resistem à mudança, mas querem uma cidade melhor para viver. Quando o cidadão avança, mas a cidade para, cria-se uma zona de conflito com o Gestor Público, que precisa propor e explorar um conjunto de coisas. Fazer iniciativas temporárias, ajudar as pessoas a ultrapassar os seus medos e a enfrentar os cenários. Dizer isto pode até não funcionar, mas não sabemos, vamos experimentar.

Dizem que não devemos ter medo do caminho, mas sim de não caminhar. Existe ainda muito trabalho a ser feito para criar mais cidades inteligentes e sustentáveis, que dêem aos cidadãos melhores condições de vida. Muitos municípios já estão olhando para isso como uma oportunidade única para cumprir com estes objetivos, pois já perceberam que não inovar pode conduzir a uma gestão ineficiente, com falsos pressupostos que não trarão o bem-estar a seus cidadãos.

É crucial planejar e identificar tendências e possíveis oportunidades para o funcionamento da cidade de modo inteligente. Isso é pensar hoje a cidade de amanhã.

Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]