Afundamento na pista interdita BR-277 no sentido Litoral do PR e atinge em cheio escoamento da safra

Após análises dos engenheiros do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, a partir desta quarta-feira (8) o sentido litoral da BR-277 está totalmente interditado, na altura da antiga praça de pedágio em São José dos Pinhais, no km 60, por questões de segurança. A medida está gerando impactos diretos no agronegócio, uma vez que a rota é escoamento da safra agrícola, que está sendo retirada do campo no momento.

A decisão de interdição foi tomada em razão do afundamento do pavimento no km 33,5. Não há previsão para a liberação, que só ocorrerá após novas análises geológicas no local. O afundamento de pista tem cerca de 500 metros, segundo a PRF. Foi identificado no começo da tarde dessa terça-feira (7), em um trecho da rodovia, que corta a cidade de Morretes, no Litoral do Estado.

Durante os períodos de chuvas o DER/PR recomenda aos usuários que evitem utilizar as rodovias nestes trechos devido aos riscos de novos escorregamentos e baixa visibilidade, exceto em caso de extrema necessidades.

Prejuízos ao agro

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), divulgou nota, por meio de sua Assessoria de Comunicação, que a interdição da rodovia BR-277 vai gerar prejuízos incalculáveis ao setor agropecuário do Paraná.

“O bloqueio da rodovia já provoca impactos significativos no escoamento da safra de soja, em um momento em que o Estado tem perspectivas de bater um recorde de produção. A fila de caminhões, que não conseguem chegar ao Porto de Paranaguá, gera demurrage – taxa de estadia dos navios por período que permanecem atracados, aguardando a chegada das cargas. Esse dinheiro sai do bolso do produtor rural. Já temos notícias de cooperativas e traders que têm optado a escoar sua produção pelos portos de Santos, em São Paulo, e de São Francisco, em Santa Catarina, ainda que com frete mais caro”, diz.

De acordo com a Faep, esse cenário é ‘inconcebível’. “Desde 2016, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná, juntamente com outras entidades que representam o setor produtivo, vinha alertando o governo do Estado sobre as necessidades de antecipar a licitação das rodovias do Anel de Integração, cujas concessões venceram em novembro de 2021. Com o fim das concessões, as rodovias paranaenses ficaram sem manutenção e sem serviços de monitoramento geológico ao longo de toda a malha. Com isso, entre o fim de 2022 e o início de 2023, já assistimos a outros incidentes que culminaram com bloqueios na BR-277, na BR-376 e na Estrada da Graciosa”, lamenta a Faep.

Segundo a entidade, uma análise técnica contratada pela Faep tinha apontado que todos esses episódios poderiam ter sido evitados e/ou minimizados se houvesse a continuidade do serviço de monitoramento geológico que era feito pelas concessionárias. Ou seja, tratava-se de um caos anunciado. “A inabilidade política do governo do Paraná está custando caro à sociedade. As diferenças políticas deveriam ter se encerrado nas eleições. É urgente que Estado e governo federal se definam quanto a nova modelagem do pedágio. Essa situação não pode se estender e penalizar o povo paranaense ainda mais”, acrescentou.