‘Diversão de Plantão’: os palhaços que levam alegria ao Hospital Santa Casa
Gestos de solidariedade podem acontecer de diversas formas; uns colaboraram financeiramente, há quem prefira contribuir com apoio espiritual, outros, ainda, “apenas” levando um sorriso no rosto de quem mais precisa. Essa última maneira de ajudar é a base do “Diversão de Plantão”, um grupo de palhaços voluntários que desenvolve um trabalho social nas alas de internação do Hospital Santa Casa de Campo Mourão duas vezes na semana.
Atualmente, são 15 pessoas que desenvolvem o trabalho. “Somos especialistas na parte de ouvir e tirar um pouco do peso do hospital”, disse Fátima Laurete Duarte Moreira, uma das palhaças e coordenadora do grupo. Fátima é voluntária desde que a equipe se formou, em 2018. Porém, assumiu a coordenação, juntamente com Sandra Mara Palaro Schneider, desde meados de 2022, quando o grupo retornou às atividades após a pandemia de Covid-19.
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O projeto começou com um curso de palhaços de hospitais realizado na Santa Casa para cerca de 40 pessoas. Desde esse momento, a intenção já era formar um grupo com quem tivesse interesse para fazer visitas no hospital. O responsável pelo treinamento foi o palhaço Hudson Zanone, que tem um grupo de palhaços de hospitais em Maringá, e continua dando todo apoio e suporte aos integrantes do Diversão de Plantão até hoje.
As visitas atualmente são realizadas todas as quartas-feiras à noite e sábados à tarde em todas as alas de internação do hospital, exceto na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os 15 integrantes se dividem entre os dois dias, de acordo com as disponibilidades de cada um. “Normalmente, cada pessoa faz duas visitas por mês”, disse.
Fátima avaliou que o grupo ainda é pequeno, mas falou que mais importante que a quantidade é o compromisso que cada um deve ter para integrar a equipe. “Eu e a Sandra, que estamos na coordenação, procuramos frisar que é um trabalho voluntário sim, mas, a partir do momento que você aceitou fazer parte, ele é um trabalho como qualquer outro; tem que ter responsabilidade, firmeza, compromisso”, ressaltou.
As maiores conquistas da equipe consideradas pela coordenadora são a identidade do Diversão de Plantão, desde o nome até os itens que compõem o grupo. Hoje, os integrantes estão bastante consolidados, conforme destacou Fátima, porém ele ainda é considerado pequeno. Por isso, um desafio seria o grupo crescer e com esse compromisso que os demais já têm.
A “palhaçaria hospitalar” tem essa característica de levar alegria, leveza, fazer as pessoas sorrirem. Isso não quer dizer que a ação desenvolvida não seja séria. “A nossa missão é levar alegria, conseguir colocar um sorriso nas pessoas, naqueles que estão hospitalizados, com problemas sérios, graves, e, por alguns minutos, transmitir um pouco de alegria. Mas a gente tem que ter, paralelo a isso, muita sensibilidade para saber até onde podemos ir”, falou.
A coordenadora do Diversão comentou sobre alguns casos, como quando algum paciente vem a falecer, não cabendo fazer qualquer tipo de “palhaçada” nesse momento. “Tem situações que você tem que pedir licença e sair de cena, porque não cabe sorriso”, completou. Em outras situações que também podem ser mais delicadas, mesmo que o grupo não faça as atividades propostas, procura acolher os pacientes de alguma forma, sempre respeitando a vontade de cada um também.
Quem pode fazer parte do projeto?
Participam do projeto pessoas que têm afinidade com o trabalho e que desejam atuar de forma voluntária. Não é preciso saber atuar, mas é necessário fazer um curso inicial, ter disponibilidade para os encontros mensais do grupo e para as visitas semanais ao hospital.
O grupo não tem qualquer tipo de caixa ou arrecadação. Por isso, cada palhaço arca com as despesas individuais, como com maquiagem, trajes, jalecos, além do curso que precisa fazer antes de ingressar no projeto. “Sempre que temos necessidade de receber mais voluntários, abrimos inscrições e publicamos nas redes sociais”, comentou Fátima.
O trabalho é voltado para o improviso, com “informações” encontradas no próprio contexto. Um exemplo seria fazer alguma brincadeira sobre futebol quando algum paciente ou familiar está com uma camiseta de um time. “Tem quartos que a brincadeira acontece de uma forma tão natural e gostosa, que a gente ri junto”, falou.
Serviço
Interessados em acompanhar o trabalho voluntário do projeto Diversão de Plantão no Instagram podem seguir a página pelo @diversaodeplantao