Baderna e até crimes no “Gramadão” foram tema de audiência pública
A Câmara de Vereadores de Campo Mourão realizou na noite de segunda-feira (07) uma audiência pública online para discutir sobre o “Gramadão”, local que se tornou um problema para a cidade e um desafio para as autoridades. O espaço, às margens do contorno rodoviário da cidade, é um ponto de encontro de jovens, principalmente nos fins de semana e a Polícia constantemente é acionada por conta de badernas, brigas, consumo de drogas e infrações de trânsito. Até assassinatos já foram registrados.
O comandante do 11° BPM, major Cléverson Vidal Veiga, explicou que a PM tem realizado operações no local dentro das possibilidades. Mas defendeu a conscientização dos pais ou responsáveis pelos jovens, já que o local é frequentado também por adolescentes. “Não somos injeção para curar doença de ninguém, nós somos um elemento paliativo. Quem impõe limites não é a força do Estado, é quem está dentro de casa”, sintetizou o comandante.
Ele também reclamou do Conselho Tutelar por não ter colaborado em uma operação em que foi solicitado. Também explicou que a PM não tem condições de fazer o patrulhamento constante por lá. “Além do policiamento rotineiro, temos atuado também em apoio a Fiscalização do município no enfrentamento da pandemia”, argumentou. Ele sugeriu o isolamento do local e citou que o município de Cascavel deu essa solução para um problema semelhante.
A audiência foi presidida pelo vereador Márcio Berbet, que sugeriu a instalação de um posto da Polícia Rodoviária Federal no local. O representante da PRF, Luiz Roberto Karpinski, disse que o pedido deve ser enviado à superintendência em Maringá. Para o vereador subtenente Macedo, a criação da Guarda Municipal poderia ajudar a solucionar o problema.
O empresário Alcides Daleffe participou da audiência como representante de 13 proprietários de lotes no local. Ele afirmou que a falta de segurança inibe investimentos. “Até a fiação elétrica da Copel foi tirada pelos vândalos para deixar o ambiente escuro. Precisamos encontrar uma forma de evitar que os vândalos continuem utilizando aquele espaço”, disse.
Ele ressaltou que ao chegarem para trabalhar pela manhã, funcionários de empresas instaladas no local às vezes encontram pessoas embriagadas dormindo no gramado. “Pretendemos investir no local, onde 13 empresários são donos de cerca de 6 alqueires. Mas precisamos minimamente de condições”, argumentou.
A área onde os jovens ficam costuma amanhecer repleta de lixo jogado a céu aberto. Copos descartáveis, garrafas pet, litros de bebida alcoólica ou energéticos, sacolas de embalagens de gelo, carteiras de cigarros e até máscara ficam espalhados às margens da pista. Além disso, o local também é usado para manobras perigosas com veículos.

