Bola parada e dívidas correndo nos campos de futebol society
Desde o dia 18 de março a bola parou de rolar nos campos de futebol society de Campo Mourão por conta da pandemia de Coronavírus. O que não parou, porém, foram as dívidas dos responsáveis por esses locais, há mais de 90 dias sem faturamento. As atividades esportivas foram proibidas já no primeiro decreto municipal, publicado no dia 20 de março.
“Aqui eu faturava cerca de 20 mil por mês. Hoje tenho cerca de 10 mil em despesas, pois além do aluguel da área que paguei adiantado no início do ano, tem as máquinas do bar, água, energia elétrica, o serviço de bar paralisado e tem que cuidar para não estragar as coisas”, relata José Artuzo. A estrutura alugada por ele conta com três campos de grama sintética, onde eram realizados de 10 a 12 jogos todos os dias.
Ele disse que quando teve que parar não imaginava que fosse por tanto tempo. “Eu achava que em 15 ou 20 dias daria para reabrir, mas infelizmente estamos vivendo uma situação muito complicada”, diz Artuzo, que fez um investimento no ramo de alimentos no centro da cidade. Ele reconhece que mesmo que o poder público autorizasse a reabertura agora, o número de clientes cairia, no mínimo pela metade. O pessoal que cuidava do bar teve que arranjar outro emprego.
A situação não é diferente para Leandro Demétrio, o popular “Esquerda”, que mantém um campo de society próximo da Rodoviária. Lá também o último jogo foi dia 18 de março. “Estou há três meses sem pagar aluguel da área, uma dívida que chega a R$ 9 mil”, revela, ao acrescentar que espera a volta da atividade para tentar negociar a dívida.
Para não ficar sem renda, ele está usando a estrutura do bar para fazer alguns pratos e vender. “Mas é complicado porque agora só posso trabalhar até as 20 horas. Mal consigo manter as despesas básicas da casa”, relata, ao lembrar que além de alugar para jogos também funcionava no local uma escolinha de futebol infantil.
Outro que também está sem alugar seus dois campos de society para jogos desde 18 de março é o empresário Fabrício Cavali. A estrutura, que conta também com bar, fica às margens da Perimetral Tancredo Neves, próximo do Muffato. “Estou devendo aluguel e dispensei os dois funcionários que trabalhavam lá”, conta, ao acrescentar que deixou de faturar cerca de R$ 40 mil nesse período.
Como tem outra atividade comercial, Cavali aproveitou para colocar o empreendimento à venda. “Infelizmente ninguém esperava nem estava preparado para essa situação e agora vou me dedicar a minha outra atividade”, afirmou.

