Circo instalado há mais de um ano faz “malabarismos” para se manter

No dia 8 de março completou um ano que o Circo Rhoney Espetacular chegou em Campo Mourão e instalou-se às margens da Perimetral Tancredo Neves, próximo da rodoviária. Os artistas, porém, só conseguiram fazer três espetáculos (dias 13, 14 e 15). Com a confirmação dos primeiros casos de Covid-19, não foi mais possível nem permitido reunir público nem ir para outra cidade. Desde então, literalmente o circo tem feito “malabarismos” para se manter.

“Nossa esperança, com a chegada da vacina, é que conseguiríamos  autorização para instalar em outra cidade ou mesmo apresentar espetáculos para arrecadar recursos. Mas infelizmente, a situação continua muito difícil e sem previsão de melhorar”, diz Michele dos Santos Salgueiro, responsável pelo circo. Agora ela está em busca de patrocínios para viabilizar uma apresentação por live. “Preciso de pelo menos R$ 10 mil para a transmissão, pagar funcionários e mídia”, relata.

Sem conseguir arrecadação (a não ser do auxílio no fim do ano viabilizado pelo governo federal para a cultura), os 14 artistas que ainda continuam no local passam por dificuldades. “A gente consegue pegar cestas básicas no CRAS. Não temos dinheiro, zerou a parte financeira. Alguns ainda conseguem emprestar com a família, outros com o banco. Mês que vem já não temos nem para pagamento da energia elétrica”, relata Michele.

Ela diz que está tentando aposentar a sogra, que está doente. “No mês passado consegui através do Lions Clube uma consulta para ela com um especialista em rim”, disse. A experiência inédita, segundo ela, mexeu muito com o psicológico dos artistas circenses. “Alguns tiveram crises de ansiedade”, comenta.

O grupo continua necessitando de doações. “Especialmente alimentos e produtos de limpeza. O que a gente não precisar comprar é sempre muito bem vindo, porque o dinheiro está no fim”, acrescenta. Ela também agradece a família Slomp por não cobrar aluguel do terreno onde o circo está instalado. “Eles tiveram essa sensibilidade que muito nos ajudou. Muitos colegas de circo em outras cidades não tiveram a mesma sorte”, destaca.

Além de doações voluntárias da comunidade no ano passado, os artistas venderam bolas, maçãs, participaram de projetos com o grupo Sou Arte, fizeram uma live no Teatro Municipal e também trabalharam na campanha eleitoral.         “Nesse momento precisamos muito que empresários nos ajudem a viabilizar a live”, completa.