Colégio não contemplado pede ensino cívico-militar

Enquanto o governo do Estado faz consulta em quatro colégios de Campo Mourão sobre a aceitação ou não da comunidade para a implementação do ensino cívico-militar, a direção do Colégio Estadual Marechal Rondon já tem aprovada desde o ano passado solicitação desse modelo pela Associação de Pais e Mestres (APM) e Conselho Escolar. O colégio, porém, não está entre os contemplados porque, segundo o Núcleo Regional de Educação, não preenche os requisitos estipulados pela Secretaria Estadual da Educação para esse modelo de ensino.

Ter ficado de fora não agradou a direção, APM e Conselho Escolar. Por isso, na terça-feira (27), uma nova reunião foi realizada e ofícios com cópias da ata foram encaminhados a algumas autoridades solicitando apoio para convencer a SEED a reconsiderar o pedido e incluir o Colégio no ensino cívico-militar. O deputado estadual Douglas Fabrício, que visitou obras de uma biblioteca no colégio, ligou para o secretário da Educação e Esporte, Renato Feder, para reforçar o pedido.

“No ano passado, quando nem se falava em ensino cívico-militar para Campo Mourão, já aprovamos em Assembleia e temos tudo documentado. Houve um desrespeito da Secretaria de Educação para com a comunidade ao não incluir o nosso colégio, onde a comunidade já decidiu. Sequer fomos comunicados sobre o indeferimento da nossa solicitação”, reclamou a diretora Rita de Cássia Cartelli, ao avisar que não desistiu do pleito. 

A chefe do Núcleo Regional de Educação, Ivete Sakuno, disse que o Colégio Rondon possui condições que não se enquadram na Resolução da SEED sobre a implantação do modelo cívico-militar. Entre eles IDEB alto (entre os 50 melhores do Estado), não ser uma escola com alunos em situação de vulnerabilidade e ofertar ensino profissionalizante. “A direção conhece a resolução e sabe sobre essas condições”, argumentou a chefe do Núcleo.

Das instituições consultadas em Campo Mourão apenas o Colégio Darci José Costa já aceitou o modelo de ensino. O Colégio Vinícius de Moraes rejeitou, enquanto os estabelecimentos Antonio Teodoro de Oliveira e Unidade Pólo tiveram a consulta prorrogada até esta sexta-feira (30) por não atingirem o quórum mínimo de 50 por cento dos alunos mais um. Onde a votação continua, a APP Sindicato está fazendo mobilização em frente aos colégios para tentar convencer os votantes a não acatarem a proposta do governo.

O Colégio Marechal Rondon, que fica no centro de Campo Mourão, já é conhecido por adotar uma linha mais rígida no que refere a questões disciplinares. Em 2016, quando vários colégios foram ocupados por alunos contrários à reforma do ensino médio e que incentivam o boicote às aulas, pais de estudantes do Rondon, com apoio da direção, se revezaram em uma vigília para impedir que a escola fosse ocupada. O assunto ganhou repercussão até na mídia nacional.