Documentário ‘Memórias do Cerrado: de Campo Mourão’ estreia nesta segunda na Unespar

Estreia na segunda-feira (1º de dezembro), às 19h30, a exibição do documentário “Memórias do Cerrado: de Campo Mourão” no anfiteatro da Unespar. O evento, aberto ao público, integra uma parceria com o Colegiado de Geografia e o LAGEOH – Laboratório de Geografia Humana da instituição.

O diretor da produção, Caio Aroeira, explicou que a produção investiga as raízes culturais, ambientais e históricas do Cerrado, que um dia recobriu grande parte do território do município e que, hoje, resiste em menos de 1% de sua extensão original. “O filme propõe reconectar a população ao bioma que moldou a ocupação humana, as cosmologias indígenas e a formação social do município”, frisou.

Aroeira disse que o documentário foi produzido com incentivo da Lei Paulo Gustavo, política pública federal de fomento ao audiovisual executada pelo Ministério da Cultura em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Campo Mourão.

A obra reúne entrevistas com pesquisadores da UFPR, Unespar e UTFPR, além de lideranças indígenas Kaingang e Guarani e representantes de comunidades populares. “Os relatos ajudam a reconstruir uma história muitas vezes fragmentada e pouco presente nas narrativas formais da cidade”, afirmou o produtor.

Segundo ele, a proposta do filme é resgatar o Cerrado como paisagem fundadora, evidenciando como o avanço urbano e agrícola contribuiu para o apagamento desse bioma no imaginário regional. “O documentário provoca reflexão sobre identidade, memória ambiental e responsabilidade cultural, convidando Campo Mourão a revisitar seu passado para compreender os caminhos do presente”, descreveu Aroeira.

O projeto também contempla acessibilidade, com interpretação em Libras e legendas, atendendo integralmente às diretrizes de inclusão previstas pela Lei Paulo Gustavo. “Memórias do Cerrado: de Campo Mourão chega ao público como um gesto de preservação e afirmação. Recupera a importância do Cerrado para a história local, dá voz a personagens e saberes frequentemente invisibilizados e busca preencher uma lacuna na compreensão da formação ambiental e cultural do município”, acrescentou o produtor.