“Estamos tentando criar sustentabilidade para a Santa Casa”, diz presidente ao pedir ajuda

A diretoria da Santa Casa de Campo Mourão participou de uma reunião online com o deputado federal, Luiz Nishimori (PL). O encontro foi para pedir ajuda ao parlamentar ao hospital, que passa por dificuldades financeiras e vem sofrendo também com a escassez de medicamentos, principalmente aqueles utilizados no tratamento de coronavírus Covid-19.     Conforme o presidente da entidade, Pedro Baer, a Santa Casa atende os 25 municípios da região, e 90% dos atendimentos hospitalares são SUS. 

“Como todos sabem, SUS faz tempo que não tem reajuste das tabelas deixando a situação econômica do hospital sempre deficitária. E nesta luta a gente vem tentando criar uma sustentabilidade para a Santa Casa”, falou o presidente da entidade, Pedro Baer. Ele destacou que o hospital é 'forte' na área de oncologia e obstetrícia. Participaram do encontro virtual também o médico Eufânio Saqueti, a superintendente do hospital, Lucineia Scheffer, e o presidente da Associação das Câmaras Municipais da Microrregião Doze (Acamdoze), Luiz Tavares Rosa, vereador de Engenheiro Beltrão.

Neste último ano, a Santa Casa passou também a ser o principal hospital regional de referência para tratamento de Covid-19. “Hoje praticamente temos mais de 30 leitos de UTI exclusivos para tratamento de Covid”, comentou, ao ressaltar que o hospital 'depende muito de verbas públicas' e a medida que a pandemia se prolonga a situação financeira da unidade fica mais crítica. 

A superintendente do hospital, Lucineia Scheffer, lembrou que em 2007 o deputado Nishimori encabeçou um projeto junto ao consulado japonês e conseguiu na época recursos para aquisição de equipamentos para a UTI Neo Natal. O hospital atende hoje em média 10 a 15 bebês. “O momento é de tentar encontrar uma forma de sustentabilidade para a entidade. Sabemos que isso é possível. E uma das formas é buscando esse apoio junto aos nossos deputados”, falou Lucineia.

Ela informou que a instituição tem 210 leitos, sendo 40 exclusivos para Covid (entre UTI e enfermaria), e uma equipe de aproximadamente 250 colaboradores somente para atendimento a Covid. O total de trabalhadores é 677. A maternidade hoje conta com 37 leitos exclusivos. “A aquisição de medicamentos é um dos maiores problemas hoje”, frisou. 

O médico Eufânio Saqueti lembrou que a Santa Casa possui um passivo de anos. Segundo ele, o maior problema é que o município é gestão plena. “Então temos sempre uma dificuldade muito grande de trabalhar sobre a produção. Temos sempre um teto. É um problema antigo. E aí a gente fica sempre amarrado nesta situação”, lamentou.  Segundo o médico, estudos mostram que hospitais com mais de 60% de atendimento público é 'quase inviável'. “Serviço de alta complexidade que traz algum tipo de retorno só temos a oncologia”, observou.

O deputado, Luiz Nishimori, se colocou à disposição para ajudar o hospital. “Recursos são pequenos e emendas também, mas na medida do possível temos ajudado as Santas Casas. Campo Mourão ficou de fora dessa última vez por falta de conversa mesmo. Mas vamos colocar sim algumas emendas para vocês. Podem contar comigo”, falou. 

Em relação a situação dos medicamentos, o parlamentar informou que encaminhou um requerimento ao Ministério da Saúde cobrando uma solução para os altos preços dos medicamentos e insumos. “Está um absurdo. Mas nós estamos pedindo ao Ministério da Saúde a proibição de aumentos de medicamentos”, falou. 

O presidente da Acamdoze, Luiz Tavares Rosa, vereador de Engenheiro Beltrão, destacou a importância da Santa Casa de Campo Mourão à região. Ele ressaltou que o hospital precisa de ajuda, principalmente neste momento mais crítico de pandemia. “Como representantes do povo não podemos ficar inertes perante a este grave problema”, ressaltou.