Fiações soltas e espalhadas por Campo Mourão: Lei para quê?

Empresas de telefonia, internet e Copel seguem fazendo “vista grossa” para o grave problema de fiações soltas por várias partes de Campo Mourão. Em vários locais é possível encontrar grandes emaranhados de fios. A situação, além de deixar a cidade com aspecto de abandono, gera graves riscos de acidentes a usuários das vias. Que podem ser letais, por sinal. A cidade até tem lei que trata do tema. Mas sua ineficiência se mostra na prática. Basta uma rápida caminhada pelo município.

A situação piora à noite, quando diminui a visibilidade. O perigo maior é aos motociclistas, mais expostos aos fios. Nesta terça-feira (7), a reportagem da TRIBUNA flagrou vários emaranhados de fiações pela Avenida Goioerê. A situação se repete no trajeto da Avenida José Custódio de Oliveira, Afonso Botelho, e várias outras vias do município.

Há materiais deste tipo espalhados por todo lado. Pendurados em postes e na própria rede elétrica, canteiros centrais das vias, na pista de rolamento e acreditem, até mesmo em guias rebaixadas de garagens residenciais. Nos últimos dias foram várias as reclamações de moradores recebidas pela TRIBUNA.

Em uma das situações, o encarregado de serviços gerais, Altemir de Oliveira chegou a enroscar o carro em um fio que estava solto em frente a sua guia rebaixada, na rua São Paulo, entre as Avenidas José Custódio de Oliveira e Afonso Botelho. O cabo estava enroscado em um galho de árvore, com uma parte no solo. “Quando percebi o barulho e fui ver o que era, para surpresa era um fio. Aparentemente de alguma empresa de internet. Parecia de fibra óptica”, relatou.

O problema agravou quando um ladrão atrapalhado furtou um caminhão de uma empresa no dia 11 de fevereiro e saiu pela cidade com a caçamba levantada, deixando para trás um rastro de destruição. Vários postes foram substituídos por empresas terceirizadas da Copel. O problema é que os operários deixaram para trás toda fiação arrebentada enquanto o correto seria fazer o recolhimento.

“Está uma vergonha nossa cidade. O Poder público está inerte para o problema. O próprio Ministério Público poderia tomar alguma atitude. Vão esperar alguém morrer para que a situação seja resolvida? Acho que sim, né?”, diz uma moradora da Avenida Afonso Botelho, em tom de desabafo. Ela pediu para não ter a identidade revelada.

Lei para quê?

Se a lei realmente fosse fiscalizada e cumprida em Campo Mourão esta situação não seria mais problema na cidade. Desde dezembro de 2021 o prefeito Tauillo Tezelli sancionou a lei 4.265/2021 que trata sobre a situação de fiações espalhadas pelo município. Porém, pelo menos até o momento, o dispositivo tem se mostrado totalmente ineficiente. Muito pelo contrário, depois da aprovação da lei, o problema só piorou.

“Lei para quê desse jeito. Criar uma lei por criar de nada adianta. Cadê os vereadores da cidade? Só vejo um deles (Marcio Berbet) sempre cobrando. E os outros doze, estão onde. Dormindo? Fazendo vista grossa para o problema? Ou sendo coniventes com esta tremenda vergonha. Porque não junta todo mundo e não vai ao gabinete do Ministério Público cobrar uma solução”, desabafou a dona de casa Ana Otília, que reside no jardim Aeroporto. Ela diz que pelo bairro também é comum encontrar fiações abandonadas por empresas em vias públicas e canteiros centrais.

A responsabilidade dos postes da rede pública de energia elétrica é da Copel, que aluga os mesmo às empresas. O problema já foi tema de vários debates e audiências públicas na Câmara Municipal. Porém não há o que resolva o problema na cidade. Desta forma só resta aos motoristas, motociclistas, ciclistas, pedestres e demais usuários das vias redobrar a atenção para não se enroscar, a qualquer momento, nos emaranhados de fios, presentes por toda a cidade.