Fiscalização e PM embargam show com centenas de pessoas na Usina Mourão

Mesmo com o número de casos de Covid-19 batendo recorde em Campo Mourão (quase 200 pessoas num único dia), a fiscalização da prefeitura e a Polícia Militar tiveram que embargar um estabelecimento de eventos na Usina Mourão por descumprimento do decreto de enfrentamento a doença.  No local, já autuado outras vezes  pelo município, era realizado um show com participação de centenas de pessoas aglomeradas. 

Além do embargo foi aplicada multa que poderá chegar a R$ 25 mil. O estabelecimento pode recorrer. O coordenador das equipes de Fiscalização, Fernando Dias, disse o estabelecimento havia anunciado o evento e por isso no dia anterior o proprietário foi notificado. “Chegou a informação que o evento estava cancelado, porém à noite recebemos várias denúncias e quando fomos averiguar o evento estava acontecendo, o que está proibido pelo decreto”, informou o servidor.

 Segundo ele, os proprietários alegaram que se tratava de música ao vivo, o que o decreto permite. “A banda que estava tocando lá faz turnê internacional, além disso foi cobrado ingresso, reservas de mesa e outros procedimentos que configuram o descumprimento as restrições”, acrescentou Fernando. 

Ele disse ainda que os fiscais e a Polícia Militar foram hostilizados pelos proprietários. “Nos trataram muito mal, falavam em cima da gente, desrespeitosos, tentando nos intimidar, dificultando nosso trabalho. Foi muito difícil”, disse uma das fiscais em áudio divulgado num aplicativo de mensagens. 

Com recorde de casos, Prefeitura deve retomar normas mais rígidas

O secretário municipal de Saúde, Sérgio Henrique dos Santos, lamentou a situação e disse que na segunda-feira o Comitê de Crise da Saúde deverá propor normas mais rígidas. “Em número de contaminados o mês de maio já está superando o mês de março, que foi o pior da pandemia. A UPA está lotada e já estamos em crise de oxigênio. Na sexta-feira foi preciso emprestar dos hospitais”, disse o secretário.

Segundo ele, a capacidade operacional do sistema de saúde está muito acima do limite. “Não é por falta de investimento, é porque muitas pessoas estão se contaminando ao mesmo tempo. É visível o relaxamento das medidas em toda a cidade e como gestores da Saúde é nossa obrigação tomarmos providências”, reforça o secretário, que foi voto vencido na reunião do Comitê que autorizou a flexibilização das medidas para o decreto em vigor.

O movimento na UPA tem sido intenso de dia e à noite, o que tem gerado fila de espera de mais de duas horas. “Os nossos profissionais de saúde estão exauridos. Não conseguem descansar, sem falar no risco a que estão expostos diariamente”, complementou o secretário, ao criticar também a realização de eventos que tem acontecido em cidades vizinhas.

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