Granizo dizima lavouras de soja em Campo Mourão; órgãos fazem levantamento dos estragos

Foi muito triste, uma tempestade muito severa. Lavouras de soja foram praticamente inteiras dizimadas, principalmente na região do anel viário de Campo Mourão e no distrito de Piquirivaí. Uma situação muito grave. Muitas áreas com perda total e muitas com grandes danos”. A declaração é do produtor rural e do presidente do Sindicato Rural de Campo Mourão, Cezar Augusto Massareto Bronzel, ao lamentar os estragos no campo com o forte temporal de granizo que atingiu a região de Campo Mourão no sábado (1º).

Bronzel disse que a grande quantidade de pedras de gelo provocou enormes prejuízos às lavouras de soja e até mesmo a algumas estruturas agrícolas (barracões), como no distrito de Piquirivaí, por exemplo, onde uma estrutura desabou sobre máquinas agrícolas, deixando grandes prejuízos a produtores rurais.

Diversas propriedades, especialmente nas regiões do anel viário e em Piquirivaí, tiveram as plantações totalmente destruídas. “Essa região foi muito atingida. Ali praticamente as lavouras foram dizimadas. Foi severo, grave. Muitas áreas tiveram perda total e outras registraram danos expressivos. Ainda não temos uma estimativa exata de hectares afetados”, ressaltou Bronzel. Lavouras sofreram danos severos também nos municípios de Barbosa Ferraz e Quinta do Sol.

O presidente do Sindicato Rural informou que ainda está sendo feito o levantamento técnico dos danos por cooperativas agrícolas e órgãos estaduais como o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), para se chegar a números detalhados e precisos, como a quantidade de área atingida, por exemplo. O Sindicato Rural está prestando apoio nos trabalhos.

Segundo Bronzel, a situação também deve gerar reflexos na segunda safra, já que os produtores precisarão replantar as áreas atingidas, o que pode impedir o plantio do milho safrinha dentro do prazo do zoneamento agrícola, que termina em 28 de fevereiro na região da Comcam. “Quem precisar replantar dificilmente vai conseguir colher a soja a tempo de plantar o milho. É um impacto em cadeia”, explicou.

O dirigente destacou que o Sindicato Rural está em contato com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e com a Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) para buscar medidas de apoio aos produtores prejudicados, especialmente àqueles sem seguro agrícola.

“Estamos solicitando à CNA ações emergenciais para ampliar o crédito e facilitar o acesso a recursos. Foi muito granizo. Eu nasci aqui e só vi duas situações parecidas, em 1971 e 1982. Em nível de Paraná, nunca vi um temporal com tanta extensão — começou em Toledo e foi até a divisa do Estado de São Paulo, foram mais de 400 quilômetros de impacto”, afirmou Bronzel.

Nota pública

Após o temporal, o Sindicato Rural de Campo Mourão divulgou nota oficial lamentando os prejuízos e reforçando o apoio aos agricultores. “Estamos ao lado dos produtores rurais, atuando em conjunto com a Faep e com as prefeituras para buscar medidas de apoio, como decretos de emergência e ações que possam subsidiar pedidos de indenização”, diz o comunicado.

A entidade orienta que os agricultores procurem o sindicato para registrar formalmente os danos em suas propriedades, a fim de que as informações sejam encaminhadas aos órgãos competentes e utilizadas em eventuais solicitações de crédito e recuperação de perdas.