Museu de Campo Mourão abre programação especial de fim de ano nesta terça-feira
O Museu de História, Imagem e Som Deolindo Mendes Pereira, em Campo Mourão, inicia nesta terça-feira (16) uma programação especial de fim de ano, com atendimento estendido até as 22 horas, acompanhando o horário ampliado do comércio local. A iniciativa segue também na quarta (17) e quinta-feira (18) e tem como objetivo facilitar o acesso da população ao espaço cultural durante o período de maior movimentação no centro da cidade.
Localizado na Avenida Capitão Índio Bandeira, nº 1117, o museu receberá visitantes em horário diferenciado e com atrações gratuitas. O destaque da programação é a Tocata de Natal, marcada para terça-feira (16), às 20 horas, com apresentação do grupo Sete Cordas, ligado à Orquestra Opendoor, projeto sociomusical voltado à formação musical de crianças e jovens, com repertório brasileiro e natalino.
Além da apresentação musical, o clima natalino será reforçado ao longo dos três dias com a execução de músicas clássicas de Natal na área externa do museu, criando uma ambientação temática para quem circular pelo local. A proposta, segundo o historiador e coordenador do museu, Jair Elias, é ampliar o acesso do público que trabalha durante o dia. “É uma possibilidade da pessoa que trabalha até dezoito horas e vai passear no centro da cidade com a sua família poder também conhecer o museu”, afirmou.
Além do horário especial desta terça a quinta-feira, o museu mantém o funcionamento regular nos demais períodos, com atendimento às segundas-feiras, das 13h30 às 17 horas; de terça a sexta-feira, das 8 às 17 horas; e aos sábados, das 8 às 12 horas.

O museu
Fundado em 1978, o Museu Municipal Deolindo Mendes Pereira é um dos equipamentos culturais mais antigos de Campo Mourão e se consolidou como referência regional. Desde 2004, funciona no prédio histórico de 1949, um dos primeiros em alvenaria do município. Neste ano, passou a homenagear oficialmente o pioneiro que dá nome à instituição.
O acervo do museu reúne mais de 27 mil fotografias digitalizadas, cerca de 50 mil negativos catalogados, 4,2 mil pastas de documentos históricos, 1.112 objetos de diferentes períodos, aproximadamente cinco mil discos de vinil, além de coleções de áudio, vídeo, numismática e peças incorporadas do extinto Museu do Cartaz. Em 2023, o espaço passou por uma revitalização com investimento de R$ 320 mil, que ampliou áreas expositivas e estruturou um centro de preservação.
Em avaliação sobre as atividades desenvolvidas ao longo do ano durante visita recente à TRIBUNA, Jair Elias destacou o crescimento no número e na diversidade do público visitante. “Foi um ano que o museu recebeu um expressivo número de visitantes, e o interessante é que são de diferentes faixas etárias”, disse, comentando que a tabulação do número exato do público está em fase de finalização.
Segundo ele, os mais jovens são atraídos principalmente pela Sala da Música, que reúne cerca de cinco mil discos de vinil e permite o acesso direto ao acervo sonoro. Já o público mais velho se identifica com espaços como a Sala do Pioneiro e a Sala da Casa Brasileira, que reproduz ambientes familiares da década de 1980.
O coordenador ressaltou que o museu também recebeu, em 2025, visitantes de outros municípios, como Ivaiporã, Ariranha do Ivaí, Maringá e Cianorte, interessados em conhecer a estrutura e buscar referências para projetos semelhantes.
Para Jair Elias, o período também foi marcado pela ampliação significativa do acervo. “Foi um ano muito positivo, porque o museu conseguiu ampliar o acervo dele, documental, fotográfico, de áudio, de peças. Então, foi ano em que o museu cresceu bastante”, avaliou.
Como parte desse processo de reestruturação, o espaço cultural avança na organização de sua reserva técnica. A documentação histórica não ficará mais concentrada no prédio principal. “Nós vamos abrir agora neste mês de dezembro a instalação do Centro de Documentação de Imagem e Som. Então, toda a parte de documentação, de fotografia, de áudio, de vídeo, de filmes já não está mais dentro do museu, está em uma sala dentro da Estação da Luz que a secretaria disponibilizou para o museu para que a população tenha acesso a isso”, explicou Jair Elias.
Ele reforçou que a função do museu vai além da preservação de objetos históricos. “Não adianta nada ter lá mais de cinco mil documentos e a população não ter acesso”, pontuou. “A finalidade do museu é compartilhar histórias e, ao mesmo tempo, dar acesso para pesquisadores, para entidades, para que elas possam encontrar a história da cidade, que essa história esteja ao alcance de todos”, complementou.
O fortalecimento institucional do museu também avança no âmbito estadual. Recentemente, a Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Paraná aprovou parecer favorável ao Projeto de Lei nº 1018/2025, de autoria do deputado estadual Goura (PDT), que reconhece oficialmente o Museu de História, Imagem e Som Deolindo Mendes Pereira como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado. A proposta, de caráter declaratório, é vista como um passo importante para a interiorização das políticas públicas de memória.
Caso o projeto de lei seja aprovado nas próximas etapas e votado em plenário, a expectativa é de que o novo reconhecimento contribua para ampliar ações educativas, fortalecer a preservação do acervo e dar maior visibilidade institucional ao museu, em um contexto em que municípios do interior buscam consolidar políticas locais de memória e patrimônio cultural.

