Plantio do milho 2ª safra entra na reta final com preços recordes para o produto

O plantio do milho 2ª safra entrou nesta semana na reta final na Comcam, com preços recordes do cereal: R$ 86,00 a saca de 60 quilos. O valor é histórico. Está cerca de 75% maior em relação ao mesmo período de 2020. Na área de atuação da Coamo, o plantio atingiu cerca de 99%, segundo informou o engenheiro agrônomo, Lucas Gouveia Vilela Sperandino,  chefe do Departamento de Suporte Técnico da Coamo, em entrevista ao programa “Informativo Coamo”, na manhã desta terça-feira (6).   “Estamos finalizando o plantio do milho segunda safra. Basicamente estamos com quase 100% de nossa área de ação com milho plantado”, falou ele. 

Na Comcam, foram reservados 343.600 hectares para o milho nesta temporada. A área é praticamente a mesma do ano passado, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral). A estimativa inicial de produção é de 1,9 milhão de toneladas, contra 1,8 milhão em 2020.  

Conforme Sperandino, na área de ação da Coamo, haverá um aumento de 18% da área com a cultura em relação a safra anterior. “Isso mostra que o produtor vem aderindo ao plantio de milho segunda safra até porque nas regiões mais quentes é a principal opção que ele tem de plantio. Isso mostra também que os híbridos têm evoluído ano a ano, propiciando ao produtor que ele tenha uma boa rentabilidade, mesmo plantando o milho de segunda safra”, explicou.

Como fatores para o crescimento da área, ele citou que nas regiões mais quentes o milho segunda safra é a alternativa que o produtor 'vê' como melhor viabilidade econômica. “Já deixou há muitos anos de ser o milho safrinha para ser a principal safra de milho brasileira”, avaliou. 

O agrônomo disse que o aumento da área se deve também a evolução da tecnologia e biotecnologias. “Esta adoção que a Coamo faz com os parceiros, de trazer aos nossos cooperados as melhores soluções desde a parte de insumos como de serviços tem feito a diferença”, ressaltou, ao lembrar que a cultura necessita também das condições climáticas para o seu sucesso. “O clima está sendo favorável e o produtor fazendo sua parte investindo em tecnologias, com certeza o sucesso é inerente”, afirmou. 

De acordo com levantamento do Deral, 80% da cultura está em desenvolvimento vegetativo e 20% ainda na fase de germinação. “Em algumas regiões temos áreas que já está começando o pendoamento”, informou Sperandino. Ele alerta o produtor para um cenário que ocorreu com o milho de verão: a presença da cigarrinha, inseto vetor de doenças, que pode comprometer seriamente a cultura, causando graves prejuízos ao produtor. 

“O nosso cooperado deve ficar atento principalmente na fase inicial da cultura. Ficar muito atento se existe a presença deste inseto. Caso note a presença comunique o departamento técnico e  peça para o engenheiro agrônomo fazer a vistoria da área. Com certeza após a vistoria serão tomadas as ações para evitar que esta praga ganhe um âmbito muito grande”, frisou, ao comentar que o departamento técnico da cooperativa está bastante treinado para estas situações, podendo indicar a melhor solução e alternativa contra a cigarrinha.

Avaliação

De acordo com levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), 100% da área plantada estão em boas condições de desenvolvimento até o momento. Os bons preços estão fazendo com que o produtor comercialize antecipadamente a safra. Até o momento, 19,8% da produção regional já foi comercializada, segundo a Sead, o equivalente a 370.290 toneladas.

No Paraná, a primeira estimativa dessa safra aponta para área de 2,4 milhões de hectares de milho, 4% superior à da safra anterior. A produção está estimada em 13,5 milhões de toneladas. Se as estimativas de área forem confirmadas, a região Norte do Estado terá a maior área, com mais de 800 mil hectares, cerca de 35% do total, seguida pelo Oeste, com 30%. “Se esse cenário se confirmar teremos uma safra relevante no Paraná, que deve abastecer o mercado”, disse o analista do Deral, Edmar Gervásio.