Por 24 dias, cabos telefônicos causaram transtornos a aposentado

Desde o último 13 de março, o aposentado João Vilas Boas, tem um problema. Para guardar o veículo na garagem, ele precisa da ajuda de outra pessoa para levantar os fios caídos do poste. Na verdade, são cabos de empresas de telefonia, “abandonados” sobre a sua calçada, desde a troca do poste, há quase um mês. “Isso é um descaso. Essas empresas devem ser mais responsáveis”, afirmou. 

Aos 77 anos, João revelou ter ligado a várias empresas. Principalmente, porque não há como saber a quais companhias pertencem os cabos. Em todos elas, jamais havia obtido retorno. Pelo menos, até essa terça-feira (6). Lá, na Rua das Cerejeiras, 29, no Jardim Araucária, a reportagem se deparou com um técnico da Vivo. Além de estender os cabos de sua rede, aproveitou e arrumou as demais. Foram 24 dias de transtornos para guardar o carro. 

Preocupado com a saúde das pessoas que, por ali utilizam a calçada, João colocou jornais sobre os cabos. Uma forma de fazer enxergar as armadilhas, principalmente, durante à noite. “Eu assinei jornal para ler em casa. Não sobre os fios”, ironizou o aposentado. Segundo ele, as empresas devem manter uma coordenação para evitar problemas como esse.  

Comunicado sobre o transtorno de seu João, o vereador Márcio Berbet, que atua com projeto de lei para melhorar o emaranhado de cabos na rede elétrica de Campo Mourão, disse que já efetuou requerimento junto a Câmara Municipal. O objetivo é registrar o descontentamento dos cidadãos quanto ao “descaso” de algumas empresas. “Teremos ainda este mês uma Audiência Pública para debates junto à Copel e empresas de telefonia sobre o referido problema. Registro que nossa cidade, em relação aos fios, está abandonada”, afirmou.   

Armadilhas

Cabos soltos são verdadeiras armadilhas à população. No último mês, um motociclista de 34 anos, sofreu um grave acidente em Campo Mourão. Ele se enroscou aos fios de telefonia que se desprenderam de um poste. 

A situação foi registrada no jardim Vitória, no cruzamento das ruas Marins C. Pereira com a Panambi.  A vítima descia a rua, quando enroscou o pescoço na fiação solta, caindo em seguida. O motociclista cortou o pescoço, sofrendo outros ferimentos com a queda. 

Tem sido comum fiações de empresas telefônicas soltas em diversas regiões da cidade, colocando em risco a vida de populares. Na região do jardim Aeroporto, por exemplo, em vários pontos é possível encontrar a falta de manutenção.