Você tomará a vacina contra o coronavírus?

Você tomará a vacina contra o coronavírus? A pergunta foi enviada a 92 pessoas, hoje, pela TRIBUNA. Do total, 75 afirmaram que sim, irão tomar. Outras 13 responderam que não. Enquanto quatro delas, ainda não decidiram. Entre o rol escutado, estão políticos, advogados, médicos, bancários, empresários, jornalistas e trabalhadores do comércio. Também constam pesquisados de cidades além de Campo Mourão, de outros estados e, até, de uma brasileira residente na Itália.

Cirurgiã dentista na região de Bérgamo, na Itália, Gisele Daleffe diz que sim, irá tomar a vacina. “Marcaram minha vacinação para o próximo sábado, dia 16. Vou tomar sim. Não tenho nenhuma dúvida disso”, disse. Gisele reside na Europa há cinco anos. E, lá, conviveu com a pandemia antes mesmo do vírus afetar o Brasil. 

Viviane Straub não vê a hora de ser vacinada

“Com certeza quero a vacina”, disse a jornalista Aida Franco de Lima, 49. “Se não fossem nossos pais terem nos vacinado quando éramos crianças, muito provável que não estaríamos aqui para defender ou opor-se às vacinas”, disse. Residente em Cianorte, ela ressalta que muitas pessoas acreditam que a vacina faz mal. Mas jamais leram uma simples bula de remédio para dor de cabeça. É bastante questionável quem se opõe a vacinação e não dá muita importância aos agrotóxicos”, explica.  

O produtor rural e colaborador da Santa Casa de Campo Mourão, Getúlio Ferrari, também irá se vacinar. Aos 59, acredita ser necessário conscientizar a população sobre a necessidade da vacina. “Só nós que estamos no dia a dia na Santa Casa sabemos do sofrimento das pessoas que pegaram o vírus”, disse. Com 51 anos de idade, o deputado estadual Douglas Fabrício também deseja ser vacinado.

Para a dentista Viviane Straub, se pudesse, teria sido até cobaia da vacina. Aos 47 anos, ela sofre com hipotireoidismo e passou por seis cirurgias do aparelho digestivo, durante a pandemia. “Assim que a vacina for liberada para pessoas com a minha situação, pretendo me vacinar o mais rápido possível”. O médico Marcos Corpa também quer ser vacinado. Ele acredita na capacidade dos laboratórios. Além do que, é a única opção contra a doença. Residindo em Nova Trento, Santa Catarina, a freira irmã Luzia entrará na fila tão logo chegue a vacina. “Gratidão aos cientistas que se dedicaram a salvar nossas vidas”, disse.  

No entanto, ainda existem pessoas que não se decidiram. Este é o caso da cozinheira Jasmelina Rosa da Silva. Aos 45 anos, ela se diz confusa com as informações. “É muita conversa. A gente fica até tonta sem saber o que fazer”, disse. O engenheiro agrônomo, Valdomiro Bognar, 66, também está receoso. “Gostaria de receber a vacina. Mas tenho medo dos efeitos colaterais. Ainda estou em dúvida se vou vacinar”, disse. 

Mas, enquanto a maioria deseja ser vacinado e, outros, ainda estão em dúvida, alguns já se decidiram pela não vacinação. O motorista de caminhão, Eder Serafim, 45, alega não querer a vacina, principalmente, por não saber sobre possíveis efeitos colaterais. “Vai que, ao invés de me salvar, acabo morrendo. Isso ninguém ainda sabe”, explica. Alessandro Broza, 46, já pegou o vírus. Passou alguns dias hospitalizado e se recuperou. No entanto, por agora, diz não querer a vacina. “Vou esperar pra ver o que vai acontecer”, informou. 

O comerciante Luiz Carlos Barbosa, 48, ressalta que, enquanto a vacina for emergencial, não entrará na fila. Já o jornalista Clodoaldo Bonete, 49, alega que não se vacinará porque já foi vítima do vírus. “Quero acreditar que não serei infectado novamente. Não confio na eficácia dessa vacina. Pelo menos, por enquanto, não me vacinarei”, disse.

Enquete

Uma enquete realizada no site da TRIBUNA, desde o dia 20 de novembro, perguntava: “Quando a vacina contra o Covid-19 for liberada, você irá tomar?” As respostas mostraram que 68,52%, ou seja, 1.667 pessoas, disseram sim, que vão tomar. Outras 429 pessoas responderam que não vão tomar, 17,63%. Além delas, 13,85%, 337 pessoas, afirmaram que ainda não decidiram.

Vacinação no Brasil

Até o momento, o Brasil firmou dois acordos sobre a vacinação. Um deles é do Instituto Butantan, através da CoronaVac/Sinovac. O outro é da Fiocruz, com a AstraZeneca/Oxford. Em meio a uma falta de transparência sobre a disposição das vacinas, há muita disputa política. Enquanto governos estaduais anunciam possíveis datas, o governo federal pede calma à população.

No Paraná, por exemplo, as vacinas contra a Covid-19, desenvolvidas pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, devem chegar até o dia 25 de janeiro, segundo afirmou o governador Ratinho Junior (PSD). Ele esteve na última semana na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, onde conheceu o espaço para a produção dos imunizantes. De acordo com o governador, a vacinação deve começar no estado ainda este mês, iniciando pelos profissionais de saúde e em comunidades indígenas isoladas.