Juro baixo incentiva diversificação na Reserva de Emergência

Nunca na história do Brasil a taxa Selic esteve tão baixa, com previsão de fechar o ano em 2%, abaixo da previsão do IPCA que é de 2,12%, este novo cenário de juro baixo incentiva diversificação na Reserva de Emergência.

Com os juros tão baixos muitas aplicações da Renda Fixa terão retorno negativo, ou seja, o seu dinheiro aplicado nesses produtos perderá poder de compra.

Isso acontece porque a valorização da aplicação ficou abaixo do IPCA, que é o principal índice que mede a variação dos preços no Brasil.

Esse ano também nos lembrou que todo investimento tem seu risco, pois não estamos 100% protegidos de o risco de nossas aplicações perderem valor por causa das expectativas futuras do mercado.

Uma prova disso foi a desvalorização do título Tesouro Selic 2025, que fechou o mês de setembro com um retorno negativo de -0,47%, pegando de surpresa muitos investidores.

Isso aconteceu porque para atrair novos investidores interessados em comprar o Tesouro Selic com vencimento em 2025, o Tesouro Nacional aumentou a taxa fixa do título, causando uma desvalorização do seu preço no curto prazo.

Todos esses cenários provam que estamos vivendo uma nova realidade no Brasil, que por causa dos juros baixos quem não buscar diversificar suas aplicações poderá arcar com retornos negativos na sua carteira de investimento.

Esse cenário também está impactando a Reserva de Emergência, pois se a taxa básica de juros continuar abaixo da inflação, quanto mais o tempo passa mais seu dinheiro perderá poder de compra.

Neste caso o investidor tem duas alternativas, ir atualizando o valor investido mensalmente pela taxa da inflação no mês, ou diversificar sua carteira de investimento da Reserva de Emergência com a intenção de minimizar o impacto da inflação.

Caso você deseje manter sua Reserva de Emergência aplicada no Tesouro Selic, CDB com liquidez diária, ou um Fundo mais conservador, você terá que todo mês atualizar o valor aplicado pelo índice do IPCA para se proteger da alta dos preços.

Mas caso você tenha um perfil que aceite mais risco na sua carteira, você poderá diversificar os produtos da sua Reserva de Emergência para tentar minimizar o impacto da inflação na valorização das suas aplicações.

Você poderá manter a maior parte do valo ainda aplicado nos três produto citados acima, pois na Reserva de Emergência a prioridade é segurança e liquidez, mas poderá investir uma pequena parte da sua reserva em produtos que poderão te trazer maiores retornos.

Uma alternativa são Fundos que compõe sua carteira por produtos atrelados ao IPCA e títulos privados, além de Fundos Multimercados mais conservadores.

Outra opção são CDBs, LCIs, LCAs e etc., que podem oferecer retorno superiores ao CDI, mas que podem ficar sem liquidez diária por um período, há hoje também no mercado CDBs com liquidez diária que rendem mais que 100% do CDI.

Para quem quer um produto mais arrojado uma opção é o IMAB-11, um ETF referenciado aos títulos públicos atrelados ao IPCA, mas por ser um produto que seu preço varia bastante, é recomendado que ele componha no máximo 10% da sua reserva.

Investindo nesses produtos talvez ainda não seja suficiente para o retorno médio líquido da carteira supere o IPCA, mas o valor que você terá que repor poderá ser menor do que investir somente em produtos que rendam 100% do CDI ou Selic.

Cabe a você investidor analisar qual a melhor opção para não deixar sua Reserva de Emergência perder valor com o passar do tempo, sendo o fator determinante para essa escolha seu perfil de investidor e sua aversão ao risco.

André Lucas Ciola, economista e com certificado CPA 10 | [email protected]