A Declaração, 75 anos depois
“Os direitos do homem são muitos, e raro o direito de gozar deles.
Nem todo homem tem direito a conhecer os seus direitos”.
Carlos Drummond de Andrade
A Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 75 anos no dia 10 de dezembro de 1948.
Dois fatos antecedentes foram cruciais para a elaboração e aprovação dos Direitos Humanos. Aliás, propositadamente, vale empregar a palavra cruciais, por ter vínculo etimológico relacionado à cruz. A cruz como referência tanto ao resultado morte, quanto ao sentido da paz.
A Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939, terminada em 1945, resultou na morte de muitos inocentes, uma verdadeira carnificina. O longo e intenso conflito bélico, caracterizado pelos embates campais, foram seis anos que pareceram uma eternidade. Inocentes mortos, civis que pagaram com a vida ante a fúria nazista hitleriana. O Holocausto é a mais típica demonstração de um terror tão desumano que a atrocidade não encontra uma palavra que possa inteiramente definir tamanho horror. Então, diante dos escombros da Guerra, levou, o mesmo mundo, consciente ou não, a considerar que precisava dar uma resposta que representasse a preponderância de uma civilização que também carecia de soerguimento, resgate após a detonação da bomba atômica.
O Papa Francisco pontuou, “Os direitos humanos são violados não só pelo terrorismo, a repressão, os assassinatos, mas também pela existência de extrema pobreza e estruturas econômicas injustas, que originam as grandes desigualdades”. Se é importante celebrar a data, refletir a respeito dos seus 30 Artigos, é lamentável constatar não termos chegado a tornar realidade o que a Declaração preceitua. Pelo contrário, determinados países retrocederam, a violar direitos elementares, como a vida, a liberdade, a instrução, a serem dignos em termos de cidadania.
Deixar o documento de lado, talvez estupidamente, pois ele estaria velho depois de 75 anos, é inadmissível. É preciso refletir, apontar as conquistas da Humanidade, mas, ao mesmo tempo, denunciar as atrocidades, dos governos totalitários.
A miséria humana se espraia, o direito de nascer e de se livre, morrem ante de vir ao mundo ou de inanição. Falta água potável, casa, escola, saúde. Ao acaso? Leva tempo? Não.
O mundo nas últimas décadas é de grandiosos embates bélicos, que só descortinam a ganância e o narcisismo daqueles que se agarram ao poder com tamanha sanha que dele não querem largar. Mais do que isso, ainda que poderosos, querem mais territórios, têm uma volúpia incontrolável, insaciável, também por afrontar os elementares Direitos Humanos, sobretudo e notadamente o Direito à Vida. A invasão russa na Ucrânia bem serve para ilustrar, assim como os conflitos entre Palestina e Israel.
Internamente, ditos países violam atrozmente a vida, sequer olham para ver que é fundamental a liberdade política para escolher democraticamente os seus representantes, a liberdade religiosa, ter educação, ter casa para morar, ter o direito de constituir família, pois, infelizmente, tiranos arrancam do coração o sonhar por um mundo que não seja o atual.
Fases de Fazer Frases (I)
A paciência é uma virtude, mas quando é dos outros, irrita?
Fases de Fazer Frases (II)
Nem sempre uma porta aberta é permissão para entrar. E para ver?
Fases de Fazer Frases (III)
Quem tudo diz o tempo todo, em nada deve ouvir.
Olhos, Vistos do Cotidiano
“A educação de Ubiratã está em festa”, informe publicitário da Prefeitura, enaltecendo o fato do Município ser finalista do Prêmio Band de Cidades Excelentes 2023. O que é necessário salientar, não basta o poder público em geral disponibilizar todos os recursos necessários, financeiros e materiais, mas ter um projeto político pedagógico que promova a cidadania, ou seja, o sentido da prática do conhecimento e da humanização. Para isso, prefeitos e secretários da educação precisam ter visão política que objetivem a colheita de frutos para gerações vindouras, desde já. É a lição realizada exemplarmente em Ubiratã.
Farpas e Ferpas (I)
O matuto quando não está matutando, sai de fininho, por ele ser finório.
Farpas e Ferpas (II)
Ser dono de si não garante ser proprietário do que se é.
Farpas e Ferpas (III)
O triunfo é para quem tem trunfo. E trufas? Bulhufas!
Sinal Amarelo (I)
Devemos temer mais a justiça ou a injustiça?
Sinal Amarelo (II)
De que adiantará a luz no fim do túnel, se o túnel não tiver fim?
Trechos e Trechos
“Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura”. [Aristóteles].
“A finalidade da lei não é abolir ou conter, mas preservar e ampliar a liberdade. Em todas as situações de seres criados aptos à lei, onde não há lei, não há liberdade”.[John Locke].
Reminiscências em Preto e Branco
Não é tempo de ver o tempo. É tempo de senti-lo, enquanto há tempo.