A lei e leilão

Nos  partidos  políticos, tem  sempre  políticos partindo.

Eles partem principalmente quando não querer repartir.

Estive Nólocal (b.d.C) 

                Sem carecer comentar especificamente nenhum dos abundantes casos em todos os níveis, mais uma vez é lamentável constatar que estamos muitíssimo distantes de existirem partidos políticos que possam assim serem chamados. Mais ainda a considerar o chamado troca-troca até sábado (ontem) para aqueles que pretendem concorrer às próximas eleições, para presidente, governador, senador, deputado estadual  e federal.

                Princípios programáticos? Ideologia? Interesse público? Aspectos éticos? A resposta, ainda que genérica e que possa ter exceções – sempre raríssimas – é uma só: tais mudanças de partido atendem aos interesses primeira e exclusivamente pessoais, assim resumidos: a ambição pelo poder.

                É possível afirmar, os que agora se mudam para outra sigla jamais tiveram contato com o estatuto, programa, ou seja, o que o novo partido defende ou tenha como princípios. Nada disso! O que importa é o poder de ter mais poder, a garantia da disputa.

                Historicamente tem sido assim no Brasil. A tal ponto que acharam tal brecha, quando se pode mudar de um partido para um outro, desde que seja um novo partido. E cria-se partidos ao sabor das conveniências, muitas delas inconfessáveis, ao menos em público, mas exigidas na calada da noite, fruto de um leilão, dou-lhe uma; dou-lhe duas….

                O que importa é a pessoa, costuma afirmar uma boa parcela dos eleitores quando da definição do voto, sem levar em conta que por mais extraordinária que seja uma pessoa, ela sozinha não poderá realizar, governar, honrar compromissos.

                Se o troca-troca abunda sobejamente, o que existe é uma nítida relação de causa e efeito, os políticos sabem que o povo não está nem aí para a política; assim como os políticos também não estão no seu íntimo nem aí para o povo, lamentavelmente.

Fases de Fazer Frases

                Olhamos por meio dos olhos que nos olham.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

                Antes de ter assumido o mandato a prefeita Regina Dubay foi enfática ao anunciar que não iria mudar a data da comemoração do aniversário de Campo Mourão. Ela deu a palavra e a manteve, o dia 10 de outubro continuará sendo o feriado que marca a emancipação político-administrativa do  Município. Cabe registrar que a Associação Comercial e Industrial voltou a insistir na proposta, e até tinha as esperanças renovadas, uma vez que o vice-prefeito Rodrigo Salvadori parecia ter alguma influência neste sentido junto à Regina. Ele não tinha e não teve.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

                A cidade paranaense de Cândido Abreu colocou em uma das placas de trânsito no perímetro urbano a seguinte orientação aos motoristas: Cuidado ao convergir à esquerda. Por gostar muito de ler  e quando posso também leio placas, cartazes, enfim, tudo que me aparece. No caso do trânsito é obrigação de todo o condutor estar atento e ler todas as placas. Chamo à atenção pelo fato de não ser de uso comum a palavra convergir. Ela significa: Se dirigir; se encaminhar; e ação de se reunir. Eu li a placa quando estava indo para Curitiba e entrei na cidade para sacar um dinheiro. Além da palavra ser pouco empregada, cabe registrar que Cândido Abreu está muito bem sinalizada.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)

                E por falar da minha viagem a Curitiba, eu estive na Capital paranaense em razão do casamento da filha do meu irmão Euro. Alana se casou em uma linda igreja de Colombo. Ao chegar à cidade fui seguindo o que determinava o GPS. Ocorre que a indicação começou a apontar para uma estrada rural, chovia muito e desconfiei da orientação. Então, ao ver uma senhora que capinava à beira da estrada vicinal, ela me disse que de fato eu poderia chegar por aquele caminho, mas que era o mais difícil. Ela então me orientou certo.

                Já à entrada da Igreja e antes de começar o enlace, conto o fato para o meu sobrinho, o professor Rodolfo Corrêa de Barros. Ele riu muito, pois também seguiu o que mandava o GPS, ao ver a mesma mulher resolveu pedir ajuda. A simpática senhora confirmou que já havia dado a informação a outrem. E quem sabe ela tenha pensado – sem dizer em voz alta – já passou aqui um tonto perdido igual a você. Pois é, a vida pode ter só uma única direção correta, mas a mesma vida nos obriga a saber que podem existir muitos caminhos. Para o mesmo fim.

Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)

                Por falar em ponto de encontro, recentemente quando estive em Joinville, combinei com o doutor Rafael Carlos Eloy Dias que iria me localizar e informá-lo quando chegasse aquela cidade catarinense. Quando vi que tinha um bom lugar para estacionar, parei no cemitério. Então liguei para ele, mas quase não nos achamos porque o cemitério tem três entradas. Ele estava em um ponto e eu em outro. Antes de ele chegar, a pessoa da administração do Cemitério achava um pouco estranho eu estar aguardando sem pedir nada a eles. E ainda brinquei com o Rafael, caso eles me perguntassem o que eu fazia ali, pensei em afirmar, estou aguardando um corpo chegar, sem precisar propositadamente tratar-se de um corpo vivo.

Reminiscências em Preto e Branco (I)

                Um homem colecionava lápis, tinha milhares! Mas ele nunca teve uma borracha sequer.   

Reminiscências em Preto e Branco (II)

                O tempo pende. O tempo pede. Pede o tempo, pende: depende/de pende/dê pende.