A mansidão do Gentil

“Quero sair sem rumo com a minha Rosinha:
Se der fome eu como.
Se der sede eu bebo.
Se der sono eu durmo”.
Gentil de Lima Costa

O fim desta primavera não é o fim, não acabou em si. As flores deixarão de brotar em abundância. A memória cintilante guarda o perfume. O fim da primavera em Farol é o das coroas fúnebres, derradeira despedida a um dos seus moradores mais querido, pioneiro, referência de pessoa digna, da família e dos amigos.

Gentil de Lima Costa é marca histórica e atual da existência de Farol, surgimento, bem como no percurso desenvolvimentista atual.

De origem latina a palavra gentillis corresponde a clã, (gens) nobreza, cortês, amável, de boa educação também no sentido da simplicidade.

Eu conheci o Gentil quando teve início o movimento emancipacionista para tornar Farol município, líder desprendido e de mansidão, sem vaidade.

A vocação para servir a todos é o legado, notadamente por ter exercido todos os cargos públicos, de vereador e vice-prefeito, sempre exemplarmente. Herança do saudoso pai José Costa Faria, então representante de Farol na Câmara de Campo Mourão. Legado que Gentil transmitiu ao filho, vereador reeleito Sérgio Jipão Costa.

As palavras do Gentil, transcritas a baixo do título desta Coluna, é filosofia de vida, planos para quando a querida esposa Rosinha se aposentasse. Mas rumou para o infinito, deixando familiares e munícipes consternados, ao mesmo tempo orgulhosos de seus incontáveis exemplos de generosidade e lealdade.

“Gentil foi homem do bem e da paz, amigo cordial e valoroso (…), lhe seremos eternamente gratos”, declara Gilmar Cardoso, primeiro prefeito. “Gentil Costa, na vida pública, respeito é uma virtude. Isso nunca nos faltou. Sua passagem nos entristece”, afirma o ex-prefeito Edson Martins.

Para a ex-prefeita Dina Gandolfi Cardoso, que teve Gentil como vice, afirma,  “guardará para sempre a imagem de um líder nato, receptivo e cordial. Alguém que deixa saudades e fez história”. Gentil é saudade, desde o último dia 11, aos 74 anos.

Fases de Fazer Frases (I)

O que tendes tende a ser o que tem.

Fases de Fazer Frases (II)

Palavras podem provocar silêncio mas ele não as provoca.

Fases de Fazer Frases (III)

Uma palavra nova entra e sai de qualquer dicionário.

Fases de Fazer Frases (IV)

Um jardim sem flores é um deserto sem perfume.

Fases de Fazer Frases (V)

Não confundamos: temer (verbo) com Temer (pessoa). Quem teme o Temer?

Fases de Fazer Frases (VI)

Não confundamos: Solenemente com só lê mente.

Fases de Fazer Frases (VII)

Não confundamos: A pele papada do papa pelo papado do papa.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

“Quanto mais mexe, mais fede”, o dito popular se aplica a Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal foragida e presa na Itália. Primeiro os deputados aprovaram a permanência dela no cargo, contrariando o julgamento do STF – Supremo Tribunal Federal. Neste confronto de parlamentares com a Justiça, que reafirmou a sentença, eis que a própria Zambelli resolveu renunciar, procurando, obviamente, evitar ser inelegível.

A condenação, irrecorrível, a dez anos de prisão devido a perseguição a mão armada às vésperas das últimas eleições parlamentares. Pistoleira, também por comandar tentativa de invasão aos sistemas institucionais do Conselho Nacional de Justiça. A partir do momento que foi iniciado o processo de cassação, não cabe mais a renúncia.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

De uma hora para outra tudo mundo sabe o que significa dosimetria. É debate também em bar – nada contra – entre poucas ou muitas doses, atesta que grande parte do brasileiro é especialista em generalidades, digo isto há anos.

Caixa Pós Tal

“Fiquei emocionada ao ler sua coluna. Agradeço a atenção e o tempo que dedicou à AME”, escreveu Zilma Assad, presidente da Associação de Escritores Mourãoenses, sobre a Coluna intitulada Textos que vêm das ruas mourãoenses, da semana retrasada, quanto ao lançamento do livro “Cotidiano ou extraordinário? O seu olhar define.” Este escrevinhador  e prefaciador é quem agradece.

Farpas e Ferpas (I)

Nem toda ausência notada é sentida.

Farpas e Ferpas (II)

Vejas o que alvejas: Invejas.

Farpas e Ferpas (III)

Muitas chaves para mesma fechadura nada guarda nem dura.

Farpas e Ferpas (IV)

A má vontade é pior do que a falta dela.

Sinal Amarelo (I)

A despedida que não chega é ausência de partida.

Sinal Amarelo (II)

A corda no pescoço é nó na garganta.

Sinal Amarelo (III)

Nada surge do nada assim como o tudo não o é em si mesmo.

Trecho e Trecho

“Todos nascemos originais e morremos cópias”. [Carl Jung].

“Há algo de ameaçador num silêncio muito prolongado”. [Sófocles].

Reminiscências em Preto e Branco (I)

Tirar ou engavetar é palavra sobre gaveta, espaço de imóvel que serve a guarda de objetos. Termo amplo, se refere a agilizar ou travar. Com a computação, os arquivos virtuais cumprem a tarefa da gaveta.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

É de longe que venho de longe. É para mais longe que quero chegar bem.

José Eugênio Maciel | [email protected]

* As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal