Anísio, a identidade do rádio
“Feliz serás e sábio terás sido a morte, quando vier, não te puder tirar senão a vida”.
Francisco Quevedo
Durante décadas tinha uma antiga agenda, na qual cada dia ia registrando os fatos de importância histórica e principalmente relacionados a Campo Mourão e região. Não eram meras anotações.
Começou no rádio mourãoense em 1964 um Programa que levava o nome dele, Anísio Morais, pioneiro no rádio, entre os poucos no Paraná que tinha como natureza as notícias, análise, críticas, entrevista. Com o golpe cívico-militar de 1964, a censura aos meios de comunicação, prévia ou posteriormente, impedia qualquer discordância ao regime ditatorial, que iniciou violentamente acabando com as eleições para presidente, governadores e prefeitos das capitais. Apesar disso, Anísio instituiu o microfone aberto à comunidade, época em que só existia a Rádio Difusora Colmeia.
Um patrimônio, identidade da nossa rádio que se situava além da referida pioneira Emissora. Anísio dos Santos Moraes sempre foi pontual, às oito da manhã, de segunda a sábado, iniciava o Programa, que incluía também horóscopo, temperatura, previsão do tempo, efemérides, dias propícios para plantar ou pescar. Acordava sempre as quatro da manhã para garimpar informações, quando o veículo mais ágil era o próprio rádio e jornais impressos que chegavam pela amanhã. Buscava informações como as do Corpo de Bombeiros e nos hospitais. Entrevistas com pessoas de todos os segmentos sociais eram características das mais notáveis, que sempre repercutiam também após concluir o Programa.
Anísio, conforme se desenvolvia a vida cotidiana, social, cultural, política, religiosa, biografia de pessoas importantes, como as do povo, e tinha comentários apropriados, bem-humorados ou de indignação, com conhecimento de causa, preparo, voz audível, clara e autêntica de nossa gente.
Há anos nesta Coluna escrevi para homenageá-lo, seja como fraternal amigo e também pela sua importância para todos os meios de comunicação.
Tive a honra de participar dos cafés da manhã na casa dele, quando reunia um seleto grupo de amigos, ele próprio comprava os ingredientes, ligava bem cedo (só tinha telefone fixo no começo) para reforçar o convite.
Sempre, como sentimento de amor e gratidão, se referia a esposa dona Aparecida, e os amados filhos Marcelo e Mariana, homenageando a família.
Os microfones não estão mais abertos e aquela agenda também vai com ele, com a última anotação, aos 84 anos. Nós é que ficamos com o registro maior e imensurável do luto, o despedir-se derradeiro, 18 último.
Fases de Fazer Frases (I)
Quem me dera ter tudo o que me deram.
Fases de Fazer Frases (II)
Quando multiplicamos, jamais somos diminuídos.
Fases de Fazer Frases (III)
Quem só vive de sentimentos alheios perde o amor-próprio.
Fases de Fazer Frases (IV)
Esperemos pelo amanhã, sem deixá-lo à espera.
Fases de Fazer Frases (V)
Encontre-se contigo sem precisar marcar horário.
Fases de Fazer Frases (VI)
Não confundamos afiar com se fiar. Nem fiar com se enfiar.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Para evitar furtos no Cemitério Municipal de Campo Mourão, ele já conta com monitoramento de câmaras. Espera-se o fim do incômodo para vivos e mortos.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Tendo passado por lá, constatei a fixação dos primeiros pilares das duas passarelas que estão sendo edificadas na saída para Maringá, o que também o caro leitor pode ver pelas imagens registradas nas notícias. Elas lembram algum tipo de arte, se abstrata ou não. Sim, podem ser chamadas, porque é arte tudo aquilo que cada um chama de arte.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Último domingo, onça matou ovelha em Goioerê. Não é a primeira vez que o animal foi visto. O alerta está dado. É o tipo de notícia que tem dois lados, um bom, outro, não. O bom é que animais estão resistindo a perda ou degradação animal. O outro é o perigo gerado em termos de vidas humanas.
Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)
Dia 21, a Academia Mourãoense de Letras – AML, fez 24 anos de instalação. Duas décadas tornaram a entidade patrimônio cultural dos mais importantes.
Farpas e Ferpas (I)
É o sopro de vida que apaga a chama da vida?
Farpas e Ferpas (II)
Se ele mata, também arrependimento ressuscita?
Sinal Amarelo (I)
Não tenha tempo para perdê-lo.
Sinal Amarelo (II)
O áspero serve para alisar.
Trecho e Trecho
“Se a ‘casa da mãe Joana’ fosse organizada, ninguém falava dela”. [Ubiatá Meireles].
“A vida é uma tarefa que não pode ser dividida com ninguém”. [Rachel de Queiroz].
Reminiscências em Preto e Branco
Tudo, tempo leva, tudo tempo deixa. Tudo, tempo traz.
José Eugênio Maciel | [email protected]
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