Antônio Klepa, vida feita, de amigos

A verdadeira fraternidade exige muito mais ouvir e entender a vida do irmão do que

falar e explicar a vida segundo nossa exclusiva compreensão e entendimento”.

Ricardo Barradas

Era um homem polido. Tinha brilho próprio. Sobretudo marcada pela educação, cortês, fraternal ante a qualquer pessoa, que, para ele, não era jamais um ser qualquer. A saudação pelo sorriso, os olhos voltados no aceno e aperto de mão. Estava sempre pronto a auxiliar, manifestava prontamente a solidariedade, intrínseca e, na maioria das vezes, se mantinha e pedia que tudo se mantivesse no anonimato.

Ao regressar das aulas, cheguei em casa a tempo de assistir o Programa Falando Sério, TV Carajás, tão bem conduzido pelo amigo Luís Gonzaga de Oliveira Aguiar, ele entrevistava o seu Antônio Klepa. Entre outras motivações da entrevista, o depoimento dizia a respeito do livro biográfico que então lançara.

Eu, interessado pelos mourãoenses de um modo geral, e de pessoas que são referenciais positivos de nosso Município, logo me veio a ideia de comparecer bem cedo ao Hotel Campo Palace para conversar com ele, pedir-lhe que autografasse um livro para mim. Errei ao imaginar ter todo o tempo do mundo, inclusive para tal encontro, mas que agora, infelizmente não mais existirá oportunidade alguma.

Naquela entrevista, falou dele, o menino que entregava leite em Irati, de sua origem humilde. Entre outras qualidades, já desde pequeno gostava de ser útil, trabalhar e estudar não eram comportamentos obrigatórios, era próprio da vida, de sua simpatia e da singular capacidade de ter pelo próximo toda uma peculiar empatia.

Confesso, mas não só por mim e sim através de qualquer outra pessoa e até mesmo da família, se seria possível calcular quantos amigos ele possuía, posto que tinha uma legião de amigos. Aliás, Klepa naturalmente não perdia a oportunidade de fazer e de cativar amigos. O derradeiro adeus é incomensurável.

Ao mesmo tempo que foi um cidadão do Paraná, notadamente de Campo Mourão, era também do mundo, pois gostava de viajar, conhecer lugares pessoas, nacionalidades e suas culturas.

Dentre tantas faltas, agora abismo de ausência, além do familiar, é desde já sentido o vazio, como no Rotary como Vicentino, atuante presidente do Lar dos Velhinhos e no Hotel, lá apreciava receber hóspedes e conviver com os funcionários.

São 83 anos de uma vida inteiramente vivida, esmerada, inspiradora, com um manancial típico de um ser humano extraordinário, agora transformado em saudade, sentida pela amada esposa Adelina e dos filhos Pedro César e Maria Cristina. Nossa também.

Pedro Palma, a luta ética pela Justiça

O sucesso geralmente vem para aqueles que estão ocupados demais para procurá-lo”.

Henry David Thoreau

O consagrado jurista uruguaio Eduardo Juan Couture declarou: “Teu dever é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito em conflito com a Justiça, lute pela Justiça”, uma regra de conduta que bem ilustra a vida profissional do advogado Pedro Carlos Palma.

Ele não possuía este tipo de conflito, pois a escolha para ele primordialmente e de modo inarredável, foi sempre em favor da Justiça. Por maiores que fossem as adversidades e mesmo nas vicissitudes da advocacia, era notória a esperança que servia-lhe como luz a pautar-se toda e qualquer conduta profissional.

A retidão do caráter era uma evidência que espelhava tanto nas ações profissionais quanto familiares e para com os amigos. Probidade que o guindou ao Tribunal de Ética e Disciplina da OAB – Paraná (2007-2013 e 2017-2022).

Um homem cortês em quaisquer circunstâncias, no cumprimento, saudação a qualquer pessoa, no texto primoroso advocatício, em audiências.

Foi, ao longo do tempo de sua carreira, e de modo contínuo e cristalino, amealhando respeito e notoriedade. Tanto assim que presidiu a Subseção da OAB de Campo Mourão, 1998-2000. E devido a boa gestão e liderança, naturalmente exerceu um segundo mandato, também ao encontro da nossa Advocacia, 2001-2003.

Estudioso do Direito, afeito a temas humanos, dos mecanismos das leis, austero, preciso, pontual, sabia, como poucos, usar a terminologia jurídica com a comunicação clara, acessível.

Deixa uma insofismável plêiade de herança que é, ao mesmo tempo advertência e inspiração; lisura e zelo; dignidade e decoro; e tradição e evolução. Desde o último dia 13, é agora transformado em saudade, 63 anos.

Fases de Fazer Frases (I)

O fim tem sentido maior quando junto vem um começo.

Olhos, Vistos do Cotidiano

Vale registrar a iniciativa do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Peabiru. O Sindicato presenteou todos os trabalhadores com um vale-compras de 200 reais a serem gastos no comércio local conveniado, destacou o presidente, professor Fábio Sexugi. Um bom Natal é quando todos são presenteados, como esta bela ação.

Farpas e Ferpas (I)

Compras de Natal qualquer embrulho serve.

Farpas e Ferpas (II)

O otimista nunca tem inveja do pessimista. O pessimista também não.

Sinal Amarelo

Fingir é modo de fugir. E fungir não é fungível.

Trecho e Trecho

Para quem está se afogando, jacará é tronco”. [Ditado popular brasileiro].

A vida é pobre demais para não ser imortal”. [Jorge Luis Borges].

Reminiscências em Preto e Branco

Saudade das pessoas, o tempo levou, elas continuam, é o tempo que não volta.

José Eugênio Maciel | [email protected]

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