Barão de Itararé um frasista politicamente (in)correto

O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não

 terá vergonha de votar no seu candidato

Aparício Tonelly – Barão de Itararé

            Se as articulações que antecederam as definições político-partidárias em torno dos nomes foram intensas e repletas de conchavos, depois de estabelecido o quadro de candidaturas em Campo Mourão, a campanha vem ocorrendo sem um clima quente, de acirramento, ao menos por enquanto.

            Eleições municipais efetivamente é um pleito que gera mais interesse do povo por tratar-se do  poder local, sendo o contato direto entre os postulantes a prefeito e vereança com o eleitor. Ademais, o que dizem os candidatos sobre o município o próprio povo pode averiguar, assim como a biografia dos pretendentes.

            A campanha de determinados candidatos poderá ser riquíssima, milionária até. O que se sabe é que ela será rica como folclore, muito comum neste período, os programas humorísticos nem terão trabalho para caricaturar nomes, apelidos, declarações e acontecimentos bem típicos da corrida eleitoral.

            O jornalista e escritor Aparício Tonelly, gaúcho nascido em Rio Grande (1895) viveu a maior parte do tempo como profissional no Rio de Janeiro, onde morreu (1971). Ele era um contador e inventor de histórias muitíssimas engraçadas. Sobre o humor, escreveu ele: “Senso de humor é o sentimento que faz você rir daquilo que o deixaria louco de raiva se acontecesse com você. Foi ele que deu o próprio título de Barão de Itararé, sátira feita em cima dos títulos honoríficos dados à nobreza e mais precisamente se referindo a Itararé, a batalha que nunca existiu.

            A seguir transcrevo algumas tiradas. Proponho ao caro leitor novamente ler a frase do Barão, logo abaixo do título do Artigo de hoje, o quanto ela é atual, infelizmente.

            Cada povo tem o governo que merece, mas não é menos verdade que muitos povos não merecem o governo que têm.

            O mal do governo não é a falta de persistência, mas a persistência na falta.

            A exigência de concurso para preenchimento de um cargo público é um pretexto que o governo tem para não dar emprego a quem não lhe é simpático. A nomeação de um interino é o meio de que o governo dispõe para dar uma colocação aos que não passariam num concurso.

            O feio da eleição é se perder.

            Deputado come milho, papagaio leva a fama.

            Anistia é um ato pelo qual o governo resolve perdoar generosamente as injustiças e crimes que ele mesmo cometeu.

            A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas, em geral, enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele.            

Frases de Fazer Frases

            Antes o atrapalho do pensamento do que o dito atrapalhado.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

            As operadoras de celular finalmente foram exemplarmente punidas, mas precisou o consumidor persistir nas reclamações, os procons ingressarem com ações na Justiça e os órgãos governamentais se mexerem. Cobranças indevidas, serviços que não funcionam ou têm péssima qualidade, mudanças contratuais em prejuízo dos consumidores são os mais notáveis entre tantos outros aspectos denunciados pelo consumidor há bastante tempo. O consumidor, embora possa mudar de operadora, não tinha para onde correr, pois a maioria delas demonstrou incompetência. Se ficar o bicho come; se correr o bicho pega. Mas aí o consumidor se uniu e o bicho agora tenta fugir de medo.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

            A repercussão prossegue em torno do fato, um carregamento de terra, entregue pela Prefeitura de Campo Mourão, nele ter sido encontrado o osso de uma perna humana. Macabra e profundamente desrespeitosa a situação. O que não será encontrado é o crânio, uma vez que faltam cabeças na dita administração pública.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)

            Proprietário e editor do Jornal Folha de Rio Verde, em Goiás, registro a agradeço efusivamente as palavras do jornalista Egídio Brizola: Sua coluna, ao completar 24 anos no ar, mostra uma raridade em jornal, em que tudo é tão fugaz, ultrapassado, feito no dia anterior. A fórmula é vitoriosa, pois tem conteúdo, atualidade, vibração, pontualidade, reflexão, profundidade, claridade, esclarecimento, presença de espírito, humor, informação, trocadilhos infames de tão bons, manobras de palavras super-modernas para descrever fatos e exprimir opinião. E tudo abordado com esmero, e tempero com observações filosóficas e sociológicas em tiradas que vão ficar na história. Você é um dos colunistas brasileiros que contribuem para que o necessário pensamento nunca se acabe. Parabéns pela conquista de uma marca que poucos conseguem.

Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)

            Suas palavras não tocam o coração, são elas na verdade o próprio coração que pulsa com palavras, com sentimento de quem sabe escrever com simplicidade, se necessário, com erudição se for o caso, mas sempre com inteligência, anotou Maria José Ferreira Bastos, aposentada de Apucarana.

Reminiscências em Preto e Branco (I)

            Quase tudo pode ser deixado para o amanhã, menos o hoje.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

            O que se passa com o tempo que não passa? Ultrapassa…Ultra passa.