Bom trato, a marca que imprimiu Chiroli

“O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam
a apreciá-lo e compreendê-lo. Isso é – ou deveria ser – a mais elevada forma de arte”.

Charles Chaplin

    Centenas, milhares de calendários de todos os tipos antes foram impressos, 2020. Máquinas param, silenciam pesadamente, sinal do luto. Expediente interrompido, homenagear um dos pioneiros, o mais importante gráfico mourãoense e da região. Ivo Chiroli tinha 84 anos, não escondia os anos, externava autenticamente e ânimo da jovialidade.
    Afeiçoou-se a esse lugar, concebeu raízes, bons frutos. Conhecia o ofício de gráfico como poucos. Jamais acomodou-se, estava sempre adiante do tempo e das circunstâncias na profissão, inovava, renovava, revolucionava, investia em modernas máquinas, capacitava profissionais.
    A Gráfica Mourão era de extensão da sua casa, da querida esposa Maria Cleide e filhos. Apuro, próprio da qualidade caracterizava uma retilínea trajetória de um dedicado profissional. Tínhamos aqui a prestação de serviço e qualidade de produtos encontráveis nos grandes centros, sem devermos nada.
    Entre as desde já inesquecíveis recordações, exemplos perenes, fecundos, é o bom trato com as pessoas a ilustração de maior relevo, seu Chiroli tinha um círculo de amizades que bem soube amealhar e cultivar com fidelidade e gestos de imensa generosidade. Exercera uma liderança nata, sem espalha fatos, normal mas marcante. Conquistava e mantinha pessoas nas quais identificava qualidades, enaltecendo-as e sabendo valorizar o que o ser humano tivesse de melhor.
    Não foi de dar lições, proporcionava-as, inspiradoras, construtivas.
    Ao longo da vida sempre deixou fluir o sentimento comunitário, associativista, fazendo parte de iniciativas que agregassem e expandissem o progresso de Campo Mourão.
    Notoriamente aos filhos, netos, demais familiares, amigos, legado imenso, todos nós, o que se pode resumir em integridade: valor inestimável, do querido Ivo Chiroli. No calendário impresso, voltarão as máquinas a todo o vapor, sem o mestre da impressão.

Fases de Fazer Frases (I)
    O maior sábio ignora que já sabe.

Fases de Fazer Frases (II)
    Quem não conta amigos sabe multiplicá-los.

Olhos, Vistos do Cotidiano
    Nos principais jornais e colunas, não faltaram recomendações para evitar dissabores na ceia de natal por conta das divergências políticas. Exageram até nas dicas. Como se todos fossem incapazes de evitar ou agirem com espírito democrático.

Farpa e Ferpa
    Passa e o que vem: 2019-2020.

Reminiscências em Preto e Branco (I) – Luiz Cordeiro, o fidalgo
“Se observarmos uma pessoa com suficiente atenção, acabaremos
por saber mais a respeito do que a própria pessoa”.

Hermann Hesse

    Luiz Cordeiro, 86 anos. Despediu-se da vida dia 21. Tornou-se mourãoense nos anos 1960. Ótimo relações-públicas, inerentes as lides profissionais de vendedor, comerciante. O relacionamento humano era ponto alto da vida dele, ouvidos atentos, dava a todos uma atenção total, valorizando gestos, falas, toda a mensagem recebida com a devida – ou mais – consideração.
    Memória prodigiosa, relacionava épocas, fatos e, acima de tudo, pessoas, lembrava-as com a devida consideração. Onde morava, Jardim Araucária em Campo Mourão, foi a última vez que proseamos, falamos da cidade, desafios para torná-la melhor. Cordeiro viveu esse lugar para e com a família que deixa, amigos também.

Reminiscências em Preto e Branco (II) – Catifunda para além do humor
    Um dos personagens humorísticos brasileiros mais conhecidos, longevos a retratar a vida dos brasileiros em roupagem feminina, a Catifunda, desde 1962. O personagem, senhora mendiga interiorana, sotaque caipira. Chapéu e roupas puídos, o inseparável charuto, se metia e saía de confusões narradas com hilaridade. Em Praça da Alegria, Praça é Nossa e Escolinha do Professor Raimundo, destaque por décadas. Paulistana, 83 anos, sexta, 20, adeus, Zilda Cardoso.

Reminiscências em Preto e Branco (III)
    Nos deixou dia 23, aos 79 anos. A próxima Coluna será sobre Wille Bathke Júnior.

Reminiscências em Preto e Branco (IV)
    Frestas translúcidas festas feitas de confeitos celebram todas as vidas.

José Eugênio Maciel | [email protected]